Em 2021, cerca de 2,7% dos domicílios tocantinenses tinham pelo menos um morador que foi vítima de furto no período de um ano. Esse percentual corresponde a 14 mil domicílios no estado. Os dados divulgados nesta quarta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são do módulo inédito Furtos e Roubos, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), em uma parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A analista do IBGE Alessandra Scalioni ressalta que os números da PNAD Contínua podem superar os registros oficiais, pois nem todas as pessoas que são furtadas buscam a polícia. Além de furtos, a pesquisa abordou os roubos ocorridos no país nos 12 meses anteriores à entrevista. Os dois tipos de delitos se diferenciam principalmente porque no roubo há uso de violência ou ameaça à vítima, com ou sem presença de arma.
De acordo com a pesquisa, no ano passado, cerca de 0,8% dos domicílios do Tocantins tinham pelo menos um morador vítima de roubo nos últimos 12 meses, o equivalente a 4 mil lares. Já o número de tocantinenses com 15 anos ou mais que foram vítimas de algum dos cinco tipos de roubo investigados pela pesquisa chegou a 6 mil.
“É esperado que o número de furtos de domicílios seja maior do que o roubo de domicílios porque o roubo no domicílio envolve violência, com as vítimas presentes em casa. É muito mais difícil entrar em um domicílio com alguém lá do que praticar um furto numa casa vazia”, explicou a analista do IBGE.
Em todos os domicílios que foram identificados moradores com 15 anos ou mais de idade, foi investigada a existência de mecanismos para proteção daquele domicílio contra eventos violentos. A pergunta englobou desde a existência de dispositivos até funcionários de segurança e animais de guarda. Foram considerados também mecanismos existentes em condomínios, seguranças particulares de ruas etc.
A PNAD Contínua Vitimização 2021 apontou que em 334 mil domicílios tocantinenses, ou 63,7% deles, existia pelo menos um dispositivo ou funcionário para segurança contra eventos violentos. Por outro lado, em 190 mil lares ou 36,3% não havia nenhum mecanismo para proteção.
Cachorro ou outro animal foi o dispositivo de segurança mais citado (em 34,1% dos domicílios), seguido de muro ou grade altos, cacos de vidro ou arame farpado (em 34%) e trava, tranca, fechadura reforçada ou grade na porta, janela ou portão (em 31,3%).
A instalação de cerca elétrica era a realidade de 10,6% dos domicílios tocantinenses, o uso de alarme ou câmera de vídeo, de 7,4%. Destaca-se que 4,5% das moradias tinham arma de fogo como dispositivo de segurança domiciliar e 4% tinham funcionário contratado.
Cenário nacional
Em 2,9 milhões de domicílios do país (ou 4,0% do total) havia pelo menos um morador vítima de furto. Entre as regiões, o Sudeste foi a região com maior participação no total de furtos em todos os tipos, chegando a 55,3% dos furtos de veículos. Em 2021, no país, houve 342 mil furtos de veículos, sendo 192 mil de carros e 150 mil de motos. Cerca de 2,0% dos domicílios do país tinha pelo menos um morador vítima de roubo nos últimos 12 meses, o equivalente a 1,5 milhão de lares. Em 97,6% dos roubos de carro (considerando o último roubo) foi utilizada arma de fogo.
Sobre a pesquisa
A PNAD Contínua Furtos e Roubos, uma parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, investigou o tema pela primeira vez em 2021. Entrevistando moradores de 15 anos ou mais de idade, a pesquisa estruturou seu questionário em três partes: dispositivos de segurança do domicílio, furtos e roubos. A pesquisa desse tema se faz importante para se estimar a cifra obscura do país, uma vez que grande parte dos crimes não são registrados.