Em uma fazenda de eucalipto no município de Couto Magalhães, quatro trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão. Eles estavam vivendo em barracos improvisados sem nenhuma higiene, alimentação adequada. O grupo fazia a extração de eucalipto para a fabricação de madeira. Nenhum deles tinha a carteira de trabalho assinada.

O quarteto foi resgatado por auditores-fiscais do trabalho que integram Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), vinculado à Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, durante uma fiscalização realizada no mês de março.

A ação contou com a participação do Ministério Público Federal e do Trabalho (MPF e MPT), além da Polícia Federal (PF) e da Defensoria Pública da União (DPU).

O dono da propriedade foi autuado por mais de 30 irregularidades e  teve que pagar mais de R$ 107 mil referentes às verbas trabalhistas.

Um casal de trabalhadores ocupava uma casa de madeira e os outros dois dormiam em barraco de madeira e lona. Nenhum tinha condições de higiene conservação, conforto, asseio e segurança.

A água que usavam para cozinhar, higiene pessoal e uso diário era colhida em um córrego próximo. Eles ainda improvisaram uma área para banho e faziam as necessidades fisiológicas no mato.

Indenizações

O proprietário, após ser notificado, pagou verbas indenizatórias aos trabalhadores que chegam a R$ 107.500,18.

Também foram emitidas as guias de Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado, que dão às vítimas o direito de receber três parcelas do salário-mínimo, cada um.

Diante de todas as irregularidades também foram feitos 33 autos de infração para o proprietário. Denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser feitas de forma anônima no Sistema Ipê.