Em cartas ao Papai Noel, sonhos de crianças da capital revelam desafios e esperança de uma vida melhor

Carlos Diego escreve carta ao Papai Noel pedindo uma bicicleta — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Na periferia de Palmas, histórias de sonhos e dificuldades se misturam em uma emocionante busca por uma vida melhor. Thaylon Rangel Alves, de apenas 11 anos, sonha em ser cantor para mudar a realidade da sua família. Morador do Jardim Vitória II, no sul da capital, ele vive com a mãe, Elizangela Alves, e a irmã em uma casa cedida pela prefeitura.

O desejo de Thaylon vai além de alcançar o estrelato musical: ele quer ajudar a mãe a realizar o sonho de se tornar técnica em enfermagem, interrompido pelas responsabilidades de sustentar os filhos sozinha. “A minha mãe teve um sonho que não foi realizado. Ela teve que sustentar a nossa família. Eu quero ser cantor para sustentar a minha família. Vou tentar dar o máximo que eu posso”, disse o jovem emocionado.

Elizangela, que cria os filhos sozinha desde o nascimento, fala sobre as dificuldades e os sacrifícios que teve de fazer. “Desde quando eles nasceram, eu criei eles sozinha. Tudo é eu. Eu sou o pai e sou a mãe. Meu sonho era ser técnica em enfermagem, mas a vida deu uma rasteira. Já que ele tem esse sonho de ser cantor, se eu não acreditar, quem vai acreditar?”, declarou.

Enquanto isso, em uma região de chácaras próxima ao setor Capadócia, Carlos Diego Alves, outro garoto de 11 anos, luta para superar as dificuldades de sua família. Ele vive com os pais e dois irmãos em um quarto pequeno, sem ventilação e banheiro. Apesar disso, Carlos sonha em se tornar policial e proteger o mundo.

O pedido de Carlos ao Papai Noel este ano foi simples, mas fundamental: uma bicicleta para conseguir chegar à escola, que fica distante de sua casa. “Minha irmã me ajudou a fazer a carta. Eu pedi a bicicleta porque tenho que ir à escola e ela é muito longe. Tem vezes que eu chego atrasado. Eu volto para casa a pé e é muito cansativo”, relatou o menino.

A bicicleta que ele usava está quebrada, e o pai, Roberto Carlos Rodrigues, não tem condições financeiras de comprar uma nova. “Eu e a mãe dele somos analfabetos. Só eu que trabalho aqui em casa. Minha esposa dá duro, mas aqui dentro de casa. Daí fica difícil realizar esse sonho dele”, explicou.