Cumprindo agenda na região Sul do Estado, a secretária de Estado da Educação, Juventude e Esportes, professora Wanessa Sechim, visitou a Escola Família Agrícola José Porfírio (EFA), em São Salvador, nesta sexta-feira, 30, e conheceu as atividades desenvolvidas na unidade de ensino. A gestora, que possui larga experiência na educação do campo em âmbito nacional, fez questão de conferir pessoalmente as demandas e sugestões da comunidade escolar local.
“Conhecer de perto as escolas do campo do Tocantins faz parte do processo de construção da nova política de educação, que precisa ser efetiva e condizente com a realidade de cada local, seja do campo, quilombola, indígena ou urbana”, frisou Wanessa Sechim.
A unidade de ensino foi inaugurada no mês de julho, pelo Governo do Estado, que assumiu a escola, antes da rede municipal de São Salvador. São atendidos cerca de 150 alunos da região, incluindo São Salvador, Palmeirópolis, Jaú do Tocantins, Paranã e Peixe – todos oriundos de famílias atingidas pelos impactos das barragens da Usina Hidrelétrica construída na região.
A EFA oferece ensino fundamental do 6º ao 9º ano, 1ª série do ensino médio e curso técnico em Agropecuária integrado ao ensino médio, dentro do regime da Pedagogia da Alternância, em que os alunos passam um período na escola e outro em casa, colocando em prática os ensinamentos adquiridos.
Material Didático Específico
Durante a visita, o estudante Jorge Moreira da Silva falou da importância de ter o material específico para a educação do campo, o Projovem Campo – Saberes da Terra. “Esse material que estamos usando agora é muito melhor, porque fala a nossa língua. Mostra como utilizar os conhecimentos que já temos, e ensina muitas outras coisas importantes para quem vive no campo, não só na teoria, mas também como aplicar isso”, relata.
Esse material didático é resultado do trabalho desenvolvido pela professora Wanessa quando foi titular da Coordenação Nacional da Educação do Campo, do Ministério da Educação. “O que faz um professor feliz é ver esse reconhecimento do aluno. Esse material foi construído a partir da experiência dos movimentos sociais e levado para a realidade da escola do campo, buscando valorizar a educação do campo e fazer com que o aluno se reconheça em cada texto”, elucidou.
“Esse é o primeiro ano que temos um material específico e tem sido maravilhoso porque trabalha a realidade do aluno. É a junção do conhecimento empírico popular com o científico, valorizando os saberes do campo”, frisou a professora Liany Barbosa, que ministra ciências da natureza e matemática na EFA.
Melhorias pedagógicas e estruturais
Na oportunidade, o diretor da escola, Cirineu Rocha, falou do desejo da população local em ampliar a unidade de ensino. “A demanda da comunidade é grande, por isso vemos a necessidade de implantar novos cursos, aumentando o número de vagas e contribuindo para o desenvolvimento econômico da região”, disse.
Ao ser incorporada pela rede estadual, a escola recebeu uma adequação inicial. Segundo o diretor Cirineu, para melhor atender os estudantes, a ampliação dos espaços existentes e a construção de outras instalações é o ideal. Sobre esse projeto, o diretor de Obras da Seduc, Idelfonso Parente, disse que a proposta passará por um estudo preliminar de viabilidade e um novo encontro será marcado com a comunidade escolar para apresentar os resultados.
Em conversa com os servidores administrativos e coordenadores da escola, que trabalhavam numa outra dinâmica, da rede municipal, a diretora de Tecnologia, Inovação, Estatística e Estimativa da Seduc, Ila leão Ayres Koshino, anunciou que eles participarão da formação oferecida pela Seduc, que vai facilitar e subsidiar o trabalho dos técnicos na utilização do Sistema Gestão Escolar (SGE) e no Educasenso, sistema do Censo Escolar.
Coordenação Nacional do Campo
Antes de assumir a pasta da Educação no Tocantins, Wanessa Sechim, que é professora efetiva da rede estadual, foi secretária de Educação, Cultura e Esporte em Nova Venécia e em Vila Velha, no Espírito Santo. Pela atuação voltada para a educação do campo, ela foi convidada a ocupar o cargo de coordenadora nacional da Educação do Campo do MEC.
Dentre os programa criados pela coordenação nacional da Educação do Campo, durante a gestão da professora Wanessa, estão Projovem Campo Saberes da Terra, que atende jovens de 18 a 29 anos ofertando o ensino fundamental; o PDDE Campo, que destina recursos direto para as escolas do campo; o PDDE Água, para as unidades escolares construírem poços artesianos e a aquisição de bombas; e o programa que orienta as escolas públicas a adquirirem 30% da alimentação escolar da agricultura familiar.
Outras ações que impactaram positivamente a educação do campo com a contribuição da professora Wanessa foram: a ampliação do programa Escola Ativa para classes multisseriadas do campo; a expansão do curso de Licenciatura em Educação do Campo (Procampo) para todo o Brasil; o Pedalando com a Educação, que entrega bicicletas aos estudantes das escolas do campo facilitando o transporte e reduzindo a evasão, e o Barco Escola, unidade escolar flutuante para os alunos da região amazônica.
Fonte: Ascom Seduc