Voluntário pode se inscrever e participar das ações

Rubem Alves dizia que, “de todos os sentidos, o mais importante para a aprendizagem do amor, da vida em conjunto e da cidadania é a audição”. E é por meio do ato de ouvir que uma ação do grupo de extensão Escuta Solidária, da Universidade Federal do Tocantins (UFT), tem proporcionado momentos de diálogo, afeto e atenção aos idosos de Palmas, frente ao contexto de isolamento social pela pandemia da Covid-19.

Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e com a participação voluntária de estudantes das ligas acadêmicas, os idosos têm sido contatados por telefone, preferencialmente por chamadas de vídeo, no intuito de que não se sintam sozinhos ou desamparados nesse período.

As conversas incluem perguntas que verificam seu estado físico e emocional, se estão necessitando de algum cuidado especial ou ajuda para realizarem alguma tarefa cotidiana, se estão conseguindo se alimentar de maneira satisfatória, tomar medicamentos, se possuem dúvidas sobre o atual contexto da pandemia, se estão felizes ou não, apreensivos, sentindo solidão, entre outros.

A partir das respostas obtidas, a equipe multidisciplinar do Projeto articula estratégias de auxílio junto à equipe multiprofissional de Saúde da Pessoa Idosa de Palmas, por meio de orientações ou ações pontuais, conforme a necessidade individual apresentada.

Escutar para acolher, confortar e cumprir o papel social

De acordo a coordenadora da ação, Maria Sortênia Alves Guimarães Miele, professora do colegiado de Medicina da UFT, o apoio social com a escuta qualificada e acolhedora aos idosos constitui uma alternativa de cuidado, proporcionando melhor qualidade de vida a essa população.

“Trata-se de um elemento estruturante valioso para a melhoria da saúde mental e bem-estar emocional da pessoa idosa”, afirma a coordenadora.

A Escuta Solidária, segundo Sortênia, quer compreender o idoso na sua singularidade, no seu contexto de história de vida, sentimentos e necessidades, levando conforto neste momento de distanciamento social.

Para a pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários da UFT, Maria Santana Milhomem, o Projeto não só atende um preceito básico da Universidade – que é o de cumprir o seu papel social -, como o faz, agora, num contexto delicado ímpar. “

Trata-se de um momento bastante difícil, de isolamento, principalmente para as pessoas idosas, que constituem o principal grupo de risco frente à pandemia. É um projeto que desejamos que supere as expectativas, atendendo as demandas reais da sociedade”.

Unindo forças pela qualidade de vida dos idosos

Desde o ano passado, UFT e Secretaria Municipal de Saúde buscam fortalecer suas parcerias em favor das pessoas idosas de Palmas.

“Temos os Centros de Saúde e as equipes para atender a população de idosos do município. No entanto, queremos contar com a Universidade para alcançarmos um melhor preparo para esse atendimento. Sabemos que os docentes e discentes da Universidade, por meio das pesquisas e de seu conhecimento científico, têm respostas para os questionamentos que nos surgem no cotidiano da prática”, esclarece a responsável técnica pela Saúde da Pessoa Idosa de Palmas, Taísa Souza Ribeiro.

Foi assim que, unindo forças ao Núcleo de Pesquisa de Envelhecimento e Cuidado da UFT, a Secretaria Municipal de Saúde afirma ter aprimorado sua gama de ação e efetividade das práticas de saúde e qualidade de vida dos idosos.

“Nossas parcerias com a Universidade têm sido perfeitas!”, afirma Taísa. “Estamos conseguindo melhorar muito as condições de saúde dessa população. Essa união tem contribuído na capacitação e sensibilização de nossos profissionais em relação ao atendimento aos idosos, sabendo-se das características específicas de cuidados que requer esse público”.

Com o alastramento da Covid-19, a UFT propôs, então, à Secretaria a ampliação de uma parceria que já vinha sendo frutífera, por meio da inclusão de um novo projeto, o Escuta Solidária.

“E o resultado, mais uma vez, tem sido muito positivo”, frisa a responsável técnica da Saúde. “Não estamos deixando nossos idosos sozinhos, o isolamento é apenas físico. Estamos perto deles por meio dos telefonemas.

Todas as demandas, que têm sido trazidas pelas escutas, são encaminhadas a nossa equipe multiprofissional, para buscarmos a melhor solução. É unindo forças que vamos melhorar a qualidade de vida de nossos idosos neste momento”, diz Taísa.

Ressignificando olhares e práticas

Além de desejar imprimir, num contexto amplo, novos significados dentro do atual cenário, o Escuta Solidária quer ajudar a ressignificar percepções e atitudes dos alunos voluntários envolvidos no Projeto, diante das necessidades do outro. Trata-se de uma ideia com potencial amplo de formação solidária e humana dentro da academia, e de aliar – e alinhar -, de forma coerente e consciente, teoria e prática profissional.

Raísa Muniz de Araújo, acadêmica do 7º período de Medicina, atua como voluntária na ação. “Quando soube da proposta do projeto Escuta Solidária, fiquei apaixonada! Doar um pouco do nosso tempo para escutar os sentimentos e necessidades dos idosos que estão em isolamento social é, além de empatia, uma troca de experiências”.

A estudante conta que, conforme as conversas vão acontecendo, os vínculos de amizade e confiança se fortalecem. “Alguns idosos, que foram acolhidos por mim na Escuta, já fazem convites para um café após a pandemia”, revela.

O Projeto, como conta Raísa, vem lhe proporcionado, especialmente, um olhar diferenciado para o ser humano.

“Tenho verificado o quanto é importante o cuidado com o outro, mediante uma escuta, e o quanto o idoso é carente dessa escuta sensível. São muitas realidades e muitas necessidades, o que me mostra, a cada dia, o quanto temos que aprender com os idosos e o quanto podemos ser ajudados por eles”, finaliza.

Quer saber mais?

O Projeto Escuta Solidária tem uma página no Instagram. Por meio dela, é possível conhecer mais sobre as atividades desenvolvidas, encontrar dicas e orientações para idosos e seus cuidadores neste período de isolamento social, ler depoimentos dos voluntários que atuam no Projeto e, até mesmo, candidatar-se como um voluntário do grupo. Acesse a página do Projeto, participe; apoie e divulgue esta ideia em prol das pessoas idosas!

Fonte: UFT

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