Na manhã desta sexta-feira, 24, a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar supostas fraudes em investimentos do PreviPalmas. O ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, foi apontado como o coordenador das irregularidades e principal beneficiário dos recursos. Em resposta às acusações, Amastha se pronunciou, defendendo-se veementemente e criticando a operação.
A investigação começou após uma ex-diretora do PreviPalmas denunciar à PF a existência de aplicações sem autorização do conselho. A Polícia Federal descobriu investimentos em três fundos considerados sem liquidez, conhecidos como “fundos podres”. A estimativa é de que o prejuízo causado chegue a R$ 74,4 milhões.
A 4ª Vara Federal Criminal autorizou o cumprimento de 27 mandados de busca e apreensão em seis estados, visando esclarecer o suposto esquema que envolvia dezenas de pessoas e empresas. Entre os principais investigados estão Carlos Amastha, Maxcilane Machado Fleury (ex-gestor do instituto), Christian Zini Amorim (advogado e ex-secretário de finanças da Prefeitura de Palmas) e Fábio Costa Martins (ex-diretor de investimentos do PreviPalmas).
Pronunciamento de Carlos Amastha
Em sua defesa, o ex-prefeito Carlos Amastha afirmou categoricamente que não tem envolvimento com qualquer conduta ilícita relacionada ao PreviPalmas. Ele se disse vítima de uma operação abusiva, planejada para prejudicar sua imagem durante um momento eleitoral sensível.
“Não tenho qualquer envolvimento com essas acusações. Sempre agi dentro da legalidade e com total transparência. Estou sendo alvo de um ato abusivo, que busca manchar minha reputação justo em um período eleitoral”, declarou Amastha.
Ele também destacou sua disposição em colaborar com as investigações e criticou a forma como a operação foi conduzida. “Estou disposto a colaborar plenamente com as investigações para que a verdade venha à tona. No entanto, a maneira como a operação foi realizada, expondo minha imagem e honra, é inaceitável e claramente direcionada para causar danos políticos”, afirmou.
O advogado de Amastha, Marlon Reis, reforçou a posição do ex-prefeito, argumentando que as acusações não têm fundamento e que a operação foi realizada de maneira abusiva. “Meu cliente está sendo injustamente acusado. Ele sempre atuou dentro da legalidade e está à disposição para esclarecer qualquer dúvida. A operação foi um ato abusivo e desnecessário, que visa apenas prejudicar a imagem de Amastha em um momento crucial”, disse Marlon Reis.
A defesa de Christian Zini, outro investigado, afirmou que ainda não teve acesso aos fundamentos da operação e, portanto, não pode se manifestar detalhadamente. “No momento, não conhecemos os detalhes da operação e por isso não faremos comentários específicos. Porém, estamos confiantes de que a verdade prevalecerá”, declarou o advogado de Zini.
Contexto das acusações
As aplicações investigadas foram feitas em três fundos entre setembro e outubro de 2017, sem autorização do conselho do PreviPalmas e em desacordo com a política de investimentos da instituição. Além disso, em 2018, foi feito outro investimento de R$ 8 milhões sem a devida formalização. A polícia investiga a participação de agentes envolvidos em desvios de recursos de previdências em todo o país.
A operação também faz referência a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que, na época, apontou Fábio Costa Martins como responsável por uma aplicação de R$ 30 milhões. A investigação policial detalhou as supostas condutas ilegais dos envolvidos, incluindo a exoneração de um presidente do instituto que supostamente dificultava a atuação fraudulenta dos investigados.