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A Beewise, empresa de Israel que nasceu de um programa de financiamento de pesquisa e inovação da União Europeia, criou uma colmeia de abelhas robótica, visando tornar mais fácil a criação e evitar o aumento de mortalidade desses insetos, responsáveis pela polinização de mais de um terço dos alimentos cultivados no mundo.

De acordo com o CEO e cofundador da Beewise, Saar Safra, as populações de abelhas estão caindo a uma taxa sem precedentes: há 40 anos, a taxa anual de perda de colônias era de apenas 3% e hoje é de mais de 35%.

Em seu site, a empresa diz que as abelhas estão morrendo em massa devido às mudanças climáticas, aplicação de pesticidas, doenças e pragas e correm o risco de serem extintas. A Beewise oferece como solução a substituição das caixas de madeiras que os apicultores colocam nos campos pela Beehome (casa de abelhas), uma caixa de 12 metros quadrados com braços robóticos de precisão, visão computacional e inteligência artificial (IA).

O dispositivo identifica as necessidades das abelhas em tempo real e age sem intervenção humana. A Beehome pode alimentar os insetos, tratar doenças e pragas, monitorar clima e umidade e colher mel, entre outras funcionalidades. O apicultor acessa os dados de forma remota e recebe alertas, caso surjam  problemas que exijam sua intervenção direta.

Segundo a empresa, a caixa tem capacidade para 24 colmeias, é alimentada por painéis solares, à prova de fogo e de inundações e impede a entrada de pragas nocivas, como as vespas.

A Beewise informa ainda que as novas colmeias robóticas já reduziram o declínio de colônias para menos de 8% nas áreas em que foram instaladas.

Por enquanto, a empresa atende apenas a apicultores comerciais do mercado norte-americano que gerenciam mais de mil colmeias.

No Brasil

O desaparecimento e a morte massiva das abelhas levou à criação no Brasil da ONG Bee Or Not To Be, que promove a campanha “Sem abelha, Sem alimento”. Em 20 de maio, Dia Mundial das Abelhas, a associação socioambientalista sediada em Ribeirão Preto (SP) que reúne cientistas, professores, produtores de mel, empresários, agricultores e defensores da causa promoveu um evento na região de Ribeirão para marcar a data.

“Avião abelha” da campanha da ONG Bee or not to Be  (Foto: Divulgação)
“Avião abelha” da campanha da ONG Bee or not to Be (Foto: Divulgação)

Um avião Air Tractor 402B caracterizado como uma abelha gigante sobrevoou a região visando chamar atenção sobre as práticas corretas de pulverização aérea, aquelas que levam em consideração a localização e as coordenadas de apiários e colmeias na natureza, evitando assim que as abelhas sejam atingidas pelos agrotóxicos dispersados nos voos.

A ONG oferece o aplicativo BeeAlert, uma plataforma online, para que apicultores informem o registro e causas de desaparecimento ou morte de abelhas por geolocalização para fins científicos.

Fonte – Globo Rural