O empresário João Coelho Neto, 37 anos, e Wolney Max de Souza, conhecido como ‘Rosquinha’, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ambos teriam feito extorsão de 50% do valor de um contrato emergencial para fornecimento de 40 mil cestas básicas ao Governo do Tocantins foi o que levou à operação deflagrada na última terça-feira, 4, pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).

Conforme a investigação, em 05 de novembro de 2021, quando o empresário José Gomes, ou Neto Gomes, procurou a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas) almejando fornecer cestas básicas com dispensa de licitação em razão da situação de urgência decorrente da pandemia de Covid-19.

Segundo ele, a indicação para contratação teria partido de um amigo do empresário, o secretário Bruno Barreto, da Administração (Secad).

O documento mostra que Neto Gomes apresentou a proposta à Setas e, no dia da assinatura do contrato, ele teria sido abordado na própria secretaria pelo também empresário João Coelho Neto, que demonstrava ter conhecimento prévio de toda a situação. Na ocasião, ele teria atuado de forma agressiva e ameaçadora, segundo o relatório da Polícia Civil: “Pra [sic] esse contrato der [sic] certo, você precisa assinar um documento pra mim, me dando poderes pra gerir esse contrato. Você vai assinar agora… entendeu? Porque eu preciso de 50% desse valor”. Porém, Neto Gomes ignorou a ameaça.

A investigação ainda ponta que, no mesmo dia, João Coelho Neto passou a ligar insistentemente para o fornecedor das cestas básicas, que ignorava as ligações. No início da noite, João Neto ligou para a esposa do empresário, proferindo ameaças. Conforme o relatório da Dracco, nas palavras do cobrador, “era obrigação dele receber os 50% e que de uma maneira ou de outra ele iria pagar”.

A esposa do empresário teria ficado sem entender o motivo da cobrança e questionou, ocasião em que João Coelho Neto teria respondido: “porque o sistema é assim”, sustenta o documento da polícia.

O documento também mostra que, no dia 7 de dezembro de 2021, João Coelho Neto, Rosquinha e um terceiro ainda não identificado pela polícia foram até o galpão da empresa de Neto Gomes, na região sul de Palmas. Segundo uma testemunha, eles entraram com a mão na cintura como se estivessem armados.

Na ocasião, Neto Gomes teria sido encontrado na parte externa do galpão, onde teria sofrido ameaças e agressões.

O empresário Neto Gomes decidiu denunciar a extorsão à Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), no dia 17 de dezembro, após uma semana sem sair de casa.

Veja parte do relatório da polícia: