O humorista Paulo Vieira concedeu uma entrevista exclusiva à Gazeta do Cerrado na qual analisa o cenário do humor nesta pandemia. Jovem, aos 27 anos e tocantinense com orgulho, ele se consagrou nacionalmente por seu trabalho.

O ator se dedica a uma série de projetos na TV e além disso já é considerado um dos humoristas mais influentes no país. A versatilidade de Paulo tem encantado o país.

Este ano além de ter que se reinventar na profissão ele enfrentou uma meningite bacteriana no início do ano e teve que ficar internado. Do seu apartamento ele produz quadros para o Fantástico, o Zorra, o famoso Diário do Coronga e vai driblando a pandemia levando humor num momento tão difícil.

Paulo Vieira – Foto – Arquivo Pessoal

Através do quadro “Como lidar?” No Fantástico, Paulo nos divertiu com os dramas da quarentena. Desde que chegou à Globo, ele já participou de cinco programas.

Nossa equipe agradece a disponibilidade do ator e humorista que mesmo em meio a tanto trabalho atendeu nosso pedido.

1- Paulo… primeiro lugar parabéns pelo seu trabalho! Na sua opinião como o humor tem sido essencial nesta pandemia?

Paulo: Acho que quanto mais absurdo o cenário maior a necessidade de humor porque ele ajuda .. sabe aquele suco que ajuda a comida descer? O humor ajuda a vida a descer.. faz da vida algo mais tragável. Sem humor a vida não desce e quando a gente passa para um cenário que a gente nunca viveu como esta pandemia que já é a maior tragédia da nossa história econômica e humana a gente precisa de humor para engolir essa realidade.

2- Como tem sido para você produzir conteúdo de humor no isolamento?

Paulo Vieira – Foto – Arquivo Pessoal

Existe uma dificuldade que é acertar no tom porque a minha piada nunca está sobre a doença, sobre a pandemia porque acho que é um assunto muito sério mas como as pessoas estão lidando com ela e sempre tentando fazer uma comédia de costumes do que a gente está vivendo agora mas tecnicamente é difícil porque imagina eu estou gravando o Zorra muitas cenas aqui em casa remotamente então recebo todo o equipamento da Globo em casa, figurino em caixas.. então minha casa vira um estúdio cheio de roupa, peruca, luz, câmera então… tenho que montar tudo isso, decorar o texto, fazer a cena então é muito difícil produzir neste tempo e um desafio que a gente aceita por que sabemos da importância que isso tem para as pessoas e para nós também. Eu se não tivesse trabalhando nesta pandemia acho que eu teria pirado. Foi importantíssimo pra mim produzir tudo que eu produzi e me manter ativo.

3-você se reinventou nesta pandemia criando conteúdos diferentes… como foi essa experiência?

Paulo: Eu acho que o que acontece é que nesta pandemia eu me reencontrei com o Paulo do Teatro, o que não tinha recursos..todos os projetos que eu fiz durante a pandemia de maior sucesso são projetos que provavelmente se eu não estivesse na televisão eu estaria fazendo nas minhas redes sociais. Geralmente quando estou criando para a televisão não alimento muito as redes porque crio para a televisão.. eu não sou um blogueiro, um YouTuber um instragramer… minhas redes existem só para eu me comunicar com o público mas sou criador de conteúdo na TV. Como deu a pandemia comecei a criar conteúdo para a internet e por isso as pessoas se assustaram porque viram pela primeira vez o Paulo fora desta estrutura que é a televisão. Foi muito legal porque me manteve em contato com o público, com a minha criatividade, me trouxe um publicou novo.

4- Você recebe muito Feedback das pessoas sobre como seu trabalho as ajudam a superar muitas coisas?

Paulo: Recebo muitas declarações este tipo é é uma das coisas que mais em deixa feliz porque o sonho de todo artista é fazer a diferença na vida das pessoas de alguma maneira. Então é lindo uma pessoa dizer graças ao que você está produzindo na quarenta eu conseguir passar por ela. Eu vou no meu Instagram para melhorar o meu dia. Isso é lindo, o que todo artista busca.

5- O que você aconselha á nova geração que quer fazer e viver de humor?

Paulo: Um conselho que eu daria seria não escute conselhos e vai pela sua cabeça, faz o que te der na telha… a idosa mais maluca que você tem na cabeça e o que é importante de ser feita. E o segundo conselho que eu daria seria no sentido de estudar o máximo possível, ler, se educar, ser cada vez uma pessoa mais inteligente, interessante, culta. O humor precisa de inteligência. Quando mais você lê mais busca, mais você entende melhor  Fica sua capacidade de agregar conteúdo no seu humor. Conselho não é à toa que dizem que se bom era vendido porque conselho realmente é uma bobagem.

Paulo Vieira – Foto – Arquivo Pessoal

Maju Cotrim-Gazeta do Cerrado
Fotos: Arquivo Pessoal