Secretário abre o jogo à Gazeta sobre testagem e faz projeção de casos para a capital!
Maju Cotrim
Nesta sexta-feira, 8, o secretário de saúde de Palmas, Daniel Borini concedeu uma entrevista exclusiva á Gazeta do Cerrado. Conversamos sobre testagem, estrutura de leitos, assistência do Estado e próximas medidas.
Como é feita a testagem?
A Gazeta começou perguntando sobre como funciona a testagem em Palmas. A capital tem mais de dois mil suspeitos incluindo as síndromes gripais. Então: os testes feitos são suficientes?
“A gente testava três vezes mais que Araguaína, lá tem outras coisas envolvidas como a BR e outras variáveis mas, em geral temos testado muito mais que Araguaína”, disse ao descartar comparações.
“Já fizemos mais de mil testes, é um volume significativo. Nos últimos sete dias fizemos 250 testes, então temos testado bastante também”, disse.
Ele disse que o Lacen tem o critério próprio de testagem. “Para encaminhar para o Lacen tenho que encaminhar os pacientes de casos de risco”, exemplificou. O laboratório municipal utiliza testes rápidos. Ele explicou que os casos mais graves são encaminhados para Lacen.
“Não adianta sair aplicando aleatoriamente, temos uma grande quantidade de testes e estamos implementando ainda mais”, disse.
Estrutura de leitos
A Gazeta perguntou quantos leitos o município tem disponível contra a Covid. Ele disse que a responsabilidade por leitos Clínicos e de UTI é do Estado.
A capital hoje tem 16 leitos já habilitados no HGP e aguarda a chegada de mais. De responsabilidade do município, ele disse que a prefeitura está no processo de contratação de 17 leitos de UTI e 18 clínicos. “Esses leitos não são exclusivos para a população de Palmas”, disse ao lembrar que outras cidades também vai acessar os leitos da capital também.
A regulação destes leitos ainda está em discussão bem como os protocolos de acessos às vagas. “Palmas vai acabar sendo referência para todo o Estado”, pontuou.
“Não estamos nos eximindo da responsabilidade mas o prudente é que o Estado tome essa iniciativa para suprir essa necessidade”, disse sobre a abertura de mais leitos.
O secretário discutiu com o TCE hoje a contratação dos leitos pela capital.
Hospital de campanha
O secretário se manifestou ainda sobre a expectativa para montagem do hospital de campanha. O Estado solicitou o Espaço Cultural e a prefeitura cedeu.
“Sou favorável a ter expansão de leitos quer seja no hospital de campanha ou aproveitar alguns hospitais do município que tem leitos disponíveis ou capacidade de montar mais leitos. Alguns hospitais já tem estrutura pronta. É melhor eu contratar esses leitos que já foram feitos no local correto”, sugeriu.
“Eu prefiro que seja esses leitos mas o Estado é que sabe”, pontuou ao defender o uso da rede privada como opção. Ele citou a deficiência de equipamentos e mão de obra como fatores a serem avaliados para montagem do hospital.
Assistência do Estado
Nossa equipe perguntou ainda na entrevista como está a integração entre Estado e município. “A gente está se alinhando, temos conversado, já estive com o secretário algumas vezes, as equipes tem se reunido”, pontuou.
Ele disse que as UPAs são importantes neste momento de pandemia e é importante o alinhamento de fluxos neste momento.
Projeção de casos
Na capital, qual é a projeção de casos para os próximos dias? O secretário respondeu: “A curva está aumentando, o número de casos já é bem maior, a nossa estimativa é de termos muitos casos, até uma semana tinha poucos”, disse.
“Só na última semana foram 77 novos casos, a velocidade da doença está rápida em Palmas”, admitiu.
“É muito preocupante porque a rede toda tem que estar preparada”, disse em seguida.
“A próxima semana começaremos a ter uma velocidade maior, os casos de hoje refletem muito os 15 dias atrás quando a população começou a flexibilizar mais e agora a partir desta semana com o uso de máscaras é possível que reflita daqui há 15 dias”, disse.
Ele evitou falar num número de casos futuros e disse que depende da velocidade. “Pelos estudos até junho tenhamos um grande pico”, disse.
Questionamentos da Câmara
Ele avaliou o comportamento da Câmara que o convocou para dar explicações sobre os gastos. “Espero que não seja politização e que seja interesse deles sobre a pandemia”, disse.
Ele citou que tem recebido vereadores e disse não entender um possível movimento contra ele ou a gestão neste momento de pandemia. “politizar esse momento que Palmas vai chegar numa fase delicada não dá , o que precisamos é juntar esforços. Nossos dados são todos públicos”, disse ao citar o Diário Oficial e Portal da Transparência. “Não temos nada a esconder “, disse.
Isolamento
“Peço à população que fiquem em casa, façam isolamento, não fiquem fazendo visitas, não é momento de ficar nos movimentando”, pediu.