Reunião do comitê científico da Covid-19 espanhol. Foto: JOSE MARIA CUADRADO JIMENEZ / AFP
A Espanha anunciou que fará um cadastro de pessoas que se recusam a ser vacinadas contra a Covid-19 e o compartilhará com outros países da União Europeia. A informação foi dada nesta seegunda-feira pelo o ministro da Saúde, Salvador Illa. Os dados desses cidadãos ficarão sob sigilo.
Em entrevista ao canal de TV espanhol “La Sexta”, Salvador Illa reiterou que os espanhóis não serão obrigados a se vacinarem contra a Covid-19. No entanto, para os que optarem por não receber a vacina, “o que se vai fazer é um registo que, além disso, vai ser partilhado com outros parceiros europeus (…), com aquelas pessoas a quem (a vacina) foi oferecida e simplesmente rejeitada”, explicou.
O documento não será tornado público e tudo será feito com o maior respeito pela proteção de dados — disse ainda.
Esses percentuais de aceitação aumentaram significativamente em relação ao resultado da pesquisa realizada em novembro, quando 47% dos entrevistados disseram não querer se vacinar.
— Parece-me que, neste ponto, todos nós vemos que a maneira de derrotar o vírus é vacinar todos nós, ou quanto mais, melhor — disse Illa.
O governo espera vacinar entre 15 e 20 milhões de pessoas, de uma população de 47 milhões, durante o primeiro semestre de 2021, incluindo 2,5 milhões antes do final de fevereiro.
Especialistas ressaltam que a vacinação é uma medida crucial para o enfrentamento da pandemia — um aspecto no qual o Brasil está atrasado em relação a outras grandes economias mundiais. Segundo a pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, o país só atingirá a chamada “imunidade de rebanho”, na qual o vírus encontra pela frente mais pessoas protegidas do que suscetíveis, depois que mais de 60% da população já tiverem recebido a vacina. Até agora, nenhum fabricante de vacina para a Covid-19 solicitou o uso emergencial do imunizante à Anvisa.