Brener Nunes – Gazeta do Cerrado

Em entrevista exclusiva à Gazeta, o professor e pesquisador jubilado de Filosofia Política da Universidade Federal do Tocantins (UFT), José Manoel Miranda de Oliveira, fez uma análise do cenário para as novas eleições suplementares e de um possível segundo turno. “É preciso verificar, não é a questão se é positiva Tem que se cumprir o que está no acórdão, diz que vai ter eleição. Tem que se fazer eleição. Agora, se ela terá um ponto positivo ou negativo, só a história vai dizer. É muito difícil até agora, sem saber o desenrolar da campanha, quais são as propostas, quais são as reais condições dos candidatos, como eles se apresentam, quais são os currículo deles em termo de prestação de serviço à sociedade, ou de proposição de prestação de serviço”, disse.

Miranda acrescenta dizendo que todos foram pegos de surpresa, tantos os possíveis candidatos, como a sociedade. “São situações muito dispersas até agora, porque é uma eleição que foi pega de surpresa, tanto as pessoas que pretendiam se candidatar na cassação antes da liminar do ministro Gilmar Mendes. Isso teve uma alteração muito grande, é importante que a sociedade aguarde todo o desenrolar para verificar até que ponto um ou outro candidato poderá se sair melhor dentro desse cenário”, complementou.

Em relação ao possível segundo turno, o professor diz que deve depender muito do perfil de cada candidato. “Vai depender do perfil do candidato, das condições do candidato e do que a sociedade vai entender da mensagem que será veiculada desse candidato. Não se pode fazer nenhuma previsão que dentro de uma condição em que se encontra o cenário político, não dá para se falar que haverá segundo turno, se a coisa é positiva ou negativa”, afirmou.

“O que pode se prever é, que tem se cumprir a lei e a determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e pronto, dentro dessas condições, o que vier deve ser cumprindo e a sociedade terá que aceitar”, destacou José Miranda sobre a eleição tampão de 03 de junho.

Miranda conta que é complicado avaliar como positivo ou negativo, uma eleição suplementar, seja ela direta ou indiretamente. “O que precisa verificar é a causa desse processo dentro do cenário político do Tocantins. Por que em outros estados existem as mesmas condições, os mesmos problemas de corrupção, e só aqui e em Manaus eles decretaram esse tipo de eleição? É preciso verificar, não é a questão se é positiva”, pontuou.