Texto: Nielcem Fernandes

Edição: Brener Nunes

(Divulgação/Governo do Estado)

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Em entrevista à Gazeta do Cerrado, a ex-secretária da pasta de Cidadania e Justiça (Seciju), Gleidy Braga, nega especulações sobre uma possível candidatura e alega que motivos para sua saída foram as divergências em relação à gestão da política do sistema penitenciário. “Eu não tenho nesse momento nenhum projeto de candidatura a qualquer cargo. Faço questão de frisar isso porque existem alguns jornalistas misturando minha decisão como gestora da decisão político-partidária. É preciso ter muita responsabilidade para separar as duas pautas, para não desvirtuar e tirar o foco do que precisa ser discutido pela sociedade com qualquer processo político-eleitoral. Minha saída tem a ver com as divergências na gestão do política do sistema penitenciário sobretudo no que diz respeito com a conclusão do contrato com a empresa Umanizzare e aquilo que ela precisa fazer para entregar as unidades ao Estado em boas condições de uso”, disse.

 

Gleide Braga disse também divergir da forma com que o Estado quer garantir o número mínimo de servidores no sistema penitenciário para atender as 44 unidades. “Eu defendo, e sempre defendi que os servidores efetivos do quadro são os que devem realizar essas atividades, e que a escola penitenciária do Tocantins junto com as outras academias Academia de Polícia Militar, Academia de Polícia Civil pudessem realizar o curso de formação de forma séria e rápida para que o Estado nomeasse o quanto antes os servidores cumprindo uma decisão judicial que obriga o Estado até o dia 30 de novembro ter dentro do sistema servidores do próprio quadro e não contratados, que infelizmente não acabam tendo a mesma atribuição de um servidor efetivo” pontuou. De acordo com as informações da ex-secretária, os servidores contratados não são aptos a ter o porte da arma, não podem fazer escoltas e nem o  manejo dos detentos “eu prefiro que o Estado tome as decisões, sem que eu tenha que tomá-las, mesmo descumprindo uma decisão judicial” finalizou.

 

Umanizzare

Gleidy disse as divergências como governos foram exacerbadas autorização de pagamento da empresa Umanizzare mesmo sem a contratada ter cumprido os deveres de manutenção predial. A ex-secretária da Seciju alega ter bloqueado R$ 4 milhões, destinados ao pagamento da empresa para garantir a efetivação dos serviços acertados e mesmo assim o pagamento será realizado “eu bloqueie os recursos, mas havia divergências em relação a esse pagamento. Não me sentia segura para realizar o pagamento, tendo em vista que as unidades não estavam sendo reparadas em conformidade com os relatórios produzidos por uma comissão técnica montada por engenheiros, servidores do quadro e fiscais do contrato. Então achei por bem que era a minha hora de dizer ao governo: isso eu não tenho condições de fazer,  não farei. entrego o meu cargo ao Governador para que ele conduza a Secretaria”

Candidatura

Sobre as especulações em torno de uma possível candidatura, Braga, se diz surpresa. “Vejo com surpresa! Não é algo que nasce da minha vontade. Não estou fazendo campanha. Nesse momento estou apenas divergindo de uma questão que tem como foco uma política pública específica”, concluiu.

 

Suspensão

A militante do Partido dos Trabalhadores (PT) vem enfrentando problemas dentro de sigla, justamente por assumir um cargo de destaque no atual governo do PMDB e atualmente está com os seus direitos partidários suspensos. “Minha suspensão teve a ver com a participação no governo Marcelo Miranda (PMDB). Diverge do partido porque havia muitas responsabilidades para executar, inclusive um concurso público em andamento. Entendi que naquele momento seria irresponsabilidade deixar um processo de seleção pela metade. Desde então estou com problemas internos no partido. Eu não me filiei ao PT eu nasci no partido. Os meus pais ajudaram a fundar o PT em Dianópolis e certamente eu estarei dentro do processo eleitoral nem que seja como eleitora esse é um direito fundamental de todo indivíduo: participar dos processos eleitorais seja como candidato ou eleitor. Isso é um papel de extrema importância no exercício da cidadania. Eu não digo para você que serei candidata, mas afirmo que não estarei ausente, nunca deixei de participar. Sempre militei em várias frentes para continuar ajudado a construir a agenda que eu entendo que é importante para o Estado”, finalizou.

 

Gleidy disse que pretende procurar os membros do partido para conversar sobre a questão da suspensão para encontrar possibilidades para construir uma nova resolução.