Ana Cleia Ferreira (Kika) – Foto – Arquivo Pessoal
Texto: Estágiaria Jessica Albuquerque
Supervisão: Maju Cotrim
Uma cidade onde a maioria da população é negra, Porto Nacional (TO) há 73 km de Palmas, ainda tem poucas mulheres negras ocupando espaços de poder. Porém, visando quebrar os paradigmas impostos pelo preconceito, mulheres veem na política uma oportunidade de acesso para que possam de fato ter uma representatividade, a Ana Cleia Ferreira, mais conhecida como Kika é uma delas.
Mulher, mãe, preta, esposa e defensora das minorias. Graduada em Ciências Sociais (UFT) e mestranda em Comunicação e Sociedade (UFT).
Moradora de periferia em Porto Nacional (TO), Kika é Defensora Popular com atuação em Educação e Direitos para as Mulheres e candidata a vereadora pelo Partido dos Trabalhadores (PT):
“Eu enquanto mulher negra, mulher estudante das causas racistas e anti racistas eu percebi que na política ela é o caminho pra fazer isso, para que haja essas mudanças, e é por que a gente só muda as estruturas, quando a gente entra dentro dela e entendendo isso, eu só vou saber também lidar com todas essas questões depois que eu estiver lá. Aí eu vou saber o que preciso demolir e o que eu vou precisar aproveitar também”, conclui.
Nessa conjuntura, vale ressaltar a importância da coletividade, uma vez que boa parte dessas mulheres não tem uma carreira política, não tem uma base engajada dentro do processo eleitoral e nem visibilidade, como é o caso da Kika.
Todavia, o seu comprometimento enquanto integrante do Movimento negro Unificado- MNU/TO e como parte da Comissão de Moradia Popular e dos Direitos Humanos, a tornou uma forte candidata representante de quem ainda não se vê dentro da política: “Precisamos ver e materializar outras mulheres negras nas tomadas de decisões para que outras mulheres também se sintam capazes, a gente tem uma caso mais recente, bem legal que dá aquele olhar de uma luz no fundo do túnel que é o caso da vice-presidente eleita dos Estados Unidos”, afirma Kika.
Nessa busca por ser a voz feminina, negra e periférica dos portuenses dentro do legislativo, ela defende importantes bandeiras como: o direito das mulheres, educação e acessibilidade, saúde coletiva e o poder da periferia, nos quais se reafirmam através do slogan de sua campanha, “Também somos parte dessa história”.