Foto – Divulgação

Lucas Eurilio

Um caso de estupro foi denunciado nas redes sociais por uma estudante de Medicina, da Universidade Federal do Tocantins (UFT), nesta quinta-feira, 25.

A vítima que preferiu não se identificar fez um desabafo em um perfil no Instagram onde lamenta ter que se esconder para não sofrer represálias do ‘grupo de fortes da UFT’.

“Triste eu ter que me esconder por um perfil que quase não movimento, para não sofrer represálias do grupo de fortes da UFT. Vocês são fortes porque ocupam cargos altos ou porque colecionam fotos das vítimas que fazem?” questionou.

A estudante segue afirmando que um dos diretores da Associação Atlética Acadêmica de Medicina da UFT (AAAMUFT) não consegue levar um fora sem empurrar meninas durante festas.

“Estupro vai muito além do que algum de vocês tem em mente. Diretor com caso arquivado, diretor com caso em andamento, diretor que não consegue levar um fora e dá empurrão em menina na balada”, disse.

Em outro trecho do desabafo ela diz que a sociedade não quer médicos estupradores.

“Não queremos médicos estupradores. Se vocês não respeitam nem os próprios colegas de curso, quem dirá pacientes”.

A vítima conclui o desabafo questionando os responsáveis pelo curso (coordenação, por exemplo) e a UFT sobre o que vai ser feito. Ela afirma ainda que muitas se formaram e carregam consigo traumas.

“Todos merecem ser punidos e retirados desses cargos o mais rápido possível. Cadê o CAEM? A coordenação do curso? Há algumas alunas que se formaram e carregam até hoje consigo o trauma de algum assédio ou estupro. Até quando?”.

O que disse a Atlética?

Em uma nota de repúdio – como se isso bastasse e amenizasse a dor da vítima – a Associação disse que declara repúdio a todo e qualquer tipo de abusou sexual ou moral dentro e fora do ambiente universitário.

A AAAMUFT disse ainda que o acadêmico envolvido no caso foi desligado de todas as atividades da Atlética bem como de suas funções dentro da diretoria. (Leia na íntegra mais abaixo). 

Após o post, vários acadêmicos se revoltaram e fizeram várias críticas. Uma das estudantes disse que “ainda falam que “a verdade prevaleça”, quantas mulheres precisam falar para ser equivalente a palavra de um homem ? Dia triste pra ser mulher. Parabéns pela continuação da ” passada de pano”.

Outra seguidora disse que “parece até piada, a cada nota um absurdo diferente. o relato da vitima já não é o suficiente? dificil acreditar que se importam mesmo”.

Uma terceira ressaltou que  “não fizeram nem o mínimo. Espero que quando forem médicos se preocupem mais com seus pacientes que com essa situação. E nem vem com essa de que descobriram dos acontecimentos só ontem, nos poupe”.

Veja na íntegra

A Associação Atlética Acadêmica de Medicina da UFT (AAAMUFT) Absoluta vem por meio deste comunicado declarar repúdio a todo e qualquer tipo de abuso sexual ou moral, dentro ou fora do ambiente universitário. Diante dos últimos acontecimentos, dos quais obtivemos conhecimento enquanto diretoria somente hoje, 25/08/22, comunicamos o desligamento total do acadêmico envolvido de todas as atividades e eventos da AAAMUFT, bem como de todas as suas funções dentro da diretoria da atlética.

E a UFT o que diz

A Gazeta do Cerrado procurou a Universidade Federal do Tocantins (UFT) para se posicionar sobre o caso. Em nota a instituição disse que recebeu uma denúncia formal e que o caso está sendo apurado.

Veja na íntegra a nota

Sobre o suposto caso de estupro envolvendo alunos do curso de medicina, a Universidade Federal do Tocantins (UFT) informa que recebeu denúncia formal por meio da ouvidoria e encaminhou à Coordenação de Procedimentos Administrativos Disciplinares – CPAD para apuração das acusações.

A reitoria recomenda que toda pessoa que sofra qualquer tipo de assédio procure a ouvidoria e apresente suas denúncias. A ouvidoria fica localizada no prédio da Reitoria, no térreo e funciona em horário comercial, das 8 às 12h e das 14 às 18h. Além de presencialmente as denúncias podem ser feitas pela web, na página da ouvidoria, por meio do link: http://ww2.uft.edu.br/ouvidoria. É importante lembrar ainda que para quem quiser denunciar e fazê-la de forma anônima é possível por meio do link informado.

Ainda sobre o caso mencionado, do suposto assédio sexual, a reitoria aconselha que as pessoas que tenham sofrido com este ato, que denuncie e, se possível, apresente suas provas documentais, testemunhas e/ou qualquer tipo de evidência que possa fortalecer o processo.

A reitoria repudia veementemente qualquer tipo de assédio e violência e se coloca à disposição, através da ouvidoria.

Entramos em contato também com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-TO) para saber se algum boletim de ocorrência foi registrado sobre o caso.

Em nota o órgão disse que a Polícia Civil do Tocantins, por meio da 1ª Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM), informa que o caso  foi registrado e que as investigações correm sob sigilo.

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