O Movimento Estudantil Indígena e Quilombola (MEIQ) da Universidade Federal do Tocantins – Campus Araguaína divulga nota de repúdio a ameaça direcionada a estudante indígena, por meio de bilhete. O fato ocorreu na manhã do último dia 18, no campus Cimba.

Desde ontem o MEIQ realiza ato político de protesto dentro do Campus e vai registrar Boletim de Ocorrência na Polícia Federal e Civil.

Leia a nota na íntegra

Nota de Repúdio Contra Racismo e Discriminação

O Movimento Estudantil Indígena e Quilombola – MEIQ vem a público relatar um caso de racismo/discriminação. O fato ocorreu no dia de hoje, 18/06/2019, no período matutino, na Universidade Federal do Tocantins, campus de Araguaína – Cimba. Uma discente indígena do curso de logística encontrou na sua mochila um bilhete ameaçador, nos quais havia frases como: “índio não tem vez aqui na UFT, Vou tirar todos os índios do meu caminho”. Em um segundo bilhete a pessoa ameaça a discente e outro discente indígena, chegando a mencionar o nome deles no bilhete, e dizendo: “fica esperto”. Desde junho de 2018, em que surgiu o movimento e que ocupamos a Universidade, reivindicando nossos direitos, vários ataques surgiram como forma de nos desestabilizar /ameaçar, esses ataques sempre existiram, porém, estão cada vez mais evidente, em forma de bilhete, mensagens em grupos e até rabiscos feito em banheiro ameaçando estudantes tanto indígena quanto quilombola. Estamos sendo atacados de todos os lados desde ameaças por parte de “colegas de sala”, até retiradas de direitos básicos, que nos mantem na faculdade. já temos uma trajetória de resistência gigante, desde nossas comunidades e aldeias, temos um processo de adaptação, que por si só já é complicado, e ainda temos que enfrentar esse tipo de situação, pode parecer “bobeira” para quem não é da nossa etnia, porém isso machuca, desmotiva, desestabiliza. Através desta nota pedimos um posicionamento a direção do campus e demais entidades da Universidade, isso não pode ficar impune, mesmo o (a) autor (a) sendo desconhecido (a), pedimos que algo seja feito, porque chega de ameaças, chega de nos inferiorizar, somos cientes que o racismo sempre existiu, e vai existir infelizmente, porém, não dá mais para ver tudo isso acontecer, e nenhuma ação ser realizada contra essas ameaças, ou atitudes mais eficaz diante desses casos. Nossa vivencia se fundamenta no respeito, e um ambiente que era para ser acolhedor está sendo um dos mais opressores , assim como os demais tem direito a educação, nós também temos, e exigimos respeito, para conosco e para com nosso povo.

Araguaína – TO, 18 de junho de 2019.