Estudantes de engenharia elétrica da Universidade Federal do Amapá (Unifap) decidiu se unir para ajudar famílias carentes de Macapá e, de quebra, o meio ambiente. Quando não estão em aula, eles recolhem e consertam dezenas de lâmpadas domésticas danificadas para reciclá-las e doarem a quem precisa.
Durante as doações, os jovens também ensinam aos contemplados como fazer o descarte correto do material. A iniciativa foi batizada de “Oficina das Luzes” e foi lançada há quase dois meses por alunos do terceiro, sétimo e décimo período do curso. Os participantes afirmam que o descarte incorreto das lâmpadas domésticas pode causar riscos à saúde e ao meio ambiente. Daí a necessidade da reciclagem e orientação do descarte correto.
“Atualmente, mais de 300 milhões de lâmpadas são comercializadas por ano no país e apenas 5% delas são aproveitadas. Nossa ideia é contribuir para que as lâmpadas quebradas deixem de poluir os aterros sanitários e rios. As lâmpadas fluorescentes soltam gás de mercúrio, de 8 a 18 mg, altamente tóxico”, explica Jefferson Oliveira, um dos integrantes do grupo.
Outro ponto abordado pelos estudantes é a maneira como lâmpadas quebradas devem ser descartadas. Se apenas colocadas em sacos plásticos, sem proteção alguma, podem causar acidentes e cortes em catadores de lixo, garis e lixeiros por todo o país.
Eles afirmam que o ideal é que o circuito eletrônico do objeto seja separado da parte de vidro e plástico e enviado para reciclagem, assim como o vidro deve ser envolto em papelão ou guardado em uma caixa ou lata e sinalizado.
O estudante César Palheta descreve como o grupo realiza o conserto das lâmpadas de LED e fluorescentes. Ele lembra que as lâmpadas incandescentes já entraram em desuso e nem devem mais ser comercializadas. César detalha que muitas vezes o conserto é bem simples e que o material pode sim ser reutilizado.
“Muitas vezes acontece apenas a queima de um dos circuitos, que pode ser facilmente trocado, por um custo muito baixo. Outras vezes acontece o desencaixe de algum filete de energia por conta de movimentação, ou rompimento do fio, que também pode ser substituído”, afirma.
Alvaro Costa Júnior descreve que “os recursos usados para a implementação do projeto vêm de minicursos realizados pelo grupo dentro da universidade”.
Eles cobram preços acessíveis dos interessados, com aulas sobre impressão 3D, acionamento de motores elétricos, eficiência energética e também fazem consultorias. “Cada curso que ministramos custaria em média R$ 500 e nós cobramos um valor simbólico de R$ 25 a R$ 30 de cada aluno. Esse dinheiro é usado para comprar o material que usamos nos consertos e em melhorias dos equipamentos”, contou.
O estudante Rodolfo Fernandes, também integrante do grupo, argumenta que, além de promover um benefício a comunidade e ao meio ambiente, a “empresa júnior” criada por eles serve como atividade complementar e horas de estágio.
“A iniciativa promove uma liberdade maior de trabalho do que em sala de aula. Aqui nós botamos a mão na massa, aprendemos na prática, ajudamos as pessoas que precisam e o meio ambiente, e ainda cumprimos nossas 20 horas semanais de atividades complementares e estágio”, argumentou.
O projeto “Oficina das Luzes” recebe o apoio do acadêmico Rui Cantuária. Há um posto de arrecadação de lâmpadas localizado na sede da empresa, intitulada “Tesla Engenharia”.
Os interessados em conhecer a iniciativa e auxiliar na coleta de lâmpadas devem ir ao bloco de Ciência da Computação e Engenharia Elétrica (DCET) da Unifap ou entrar em contato pelas redes sociais do projeto, que levam o nome da empresa. A meta do grupo é arrecadar e doar 100 lâmpadas até o mês de agosto.
Fonte: Razões para Acreditar
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