A carne vermelha pode ser saudável: fonte de proteína e nutrientes como ferro, ela faz parte da alimentação humana há milênios. Porém, descobertas fomentam que o exagero pode trazer malefícios. Dentre os mais destacados estão a produção que ocupa muito terreno e pode levar ao desmatamento, e o uso pouco sustentável da água. Agora, para a saúde, a presença de toxinas e outros compostos que causam inflamações no corpo pode ser preocupante.
“A gente sabe que o consumo da carne vermelha, principalmente a processada, que é empacotada ou ultra processada, como a salsicha, está relacionado a vários aspectos de doenças metabólicas que aumentam as chances de você ter câncer, como obesidade, inflamação crônica e a própria síndrome metabólica, que é justamente a união de tudo isso”, destaca o endocrinologista e cardiologista Guilherme Renke.
De acordo com um estudo recente publicado no International Journal of Cancer, a carne vermelha pode aumentar o risco de câncer de mama. Para chegar a essa conclusão, dados referentes à saúde e à dieta de mais de 42 mil mulheres foram coletados. Informações como idade, atividade física, índice de massa corporal e outras características relacionadas à alimentação e ao bem-estar também foram considerados.
O acompanhamento das participantes aconteceu durante sete anos e meio e, a partir disso, os pesquisadores perceberam que as mulheres que consumiam carne vermelha com maior frequência tinham 23% mais chances de desenvolver câncer invasivo. Enquanto isso, aquelas que optavam mais pela carne branca tinham 15% de propensão de desenvolver a doença. Além disso, as mulheres que corriam maior risco já tinham passado pela menopausa.
“O consumo da carne ativa um pouco mais algumas células imunológicas intestinais e que produzem substâncias chamadas de Toll-like Receptors do tipo 4 (TLR4) e que esses aumentam a inflamação nível global no organismo e que poderiam estar relacionados”, explica Guilherme. Contudo, ele também chama atenção para o fato de que o estudo é observacional, em que não se sabe exatamente os hábitos de vida dos pacientes. “Esses estudos observacionais são bons para apontar um problema que possa existir, mas não têm uma validade científica para afirmar que a carne vermelha realmente é um risco de câncer de mama. Ele mostra uma associação”, relata. Por isso, não é cientificamente atestado que a carne branca é mais segura.
cima de tudo, o médico afirma que uma alimentação baseada em plantas com consumo moderado de carnes em geral é mais saudável. “Quanto mais uma alimentação rica em plantas e grãos, melhor para a saúde. E isso é a recomendação de todos os guidelines de associações americanas de obesidade, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso)”, recomenda.
fonte: Site Casa e Jardim