De Curitiba- Jornalista Paula Zarth Padilha- Cobertura Especial para a Gazeta do Cerrado
Em Curitiba, clima é de festa e de esperança desde as primeiras horas da manhã, um dia depois da decisão do STF a favor da prisão somente após o trânsito em julgado
Na manhã desta sexta-feira, 8 de novembro, data em que a Vigília Lula Livre, em Curitiba, completa 580 dias, o tradicional Bom Dia Lula teve um elemento a mais: o anúncio da ampliação das caravanas de militância pela liberdade do ex-presidente, tanto em frente à sede da Polícia Federal, onde Lula é mantido preso desde 7 de abril de 2018, quanto na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A promessa é que a multidão que cresce ao longo do dia se mantenha até que o pedido de alvará de soltura seja expedido e Lula seja solto. Após sair da prisão, Lula deve se pronunciar quando retornar a São Paulo e chegar à sede de seu sindicato de origem, em São Bernardo do Campo, de onde também saiu para se entregar após ter sua prisão decretada em 2018
“A gente só sai daqui abraçado com o presidente Lula”, declarou o ex-senador Lindbergh Farias (PT), que chegou em Curitiba no início da tarde.
Os advogados de Lula, Cristiano Zanin e Valeska Martins, entraram na sede da PF por volta das 10h para conversar com o ex-presidente sobre os rumos de seu processo judicial após decisão do Supremo Tribunal Federal, na noite de quinta-feira, 7 de novembro, que reverteu entendimento anterior que permitia prisão em segunda instância. A suprema corte decidiu, por 7 votos a 6, que a partir de agora, todos os recursos devem se esgotar após a condenação.
Ao sair da visita ao ex-presidente Lula, Zanin concedeu entrevista coletiva à imprensa, que permanece em grande número nas imediações da sede da Polícia Federal.
Ele afirmou que o foco de trabalho neste momento é protocolar pedido de alvará de soltura imediato pois não há respaldo jurídico para manter Lula encarcerado. Zanin disse, ainda, que a batalha jurídica continua pela declaração de nulidade do processo. O advogado falou que a decisão do STF deu esperanças a Lula. O perímetro do entorno da Vigília Lula Livre já foi isolado pela polícia militar e um palco começou a ser instalado.
Os advogados de Lula seguiram, então, para a sede da Justiça Federal, para protocolar o alvará de soltura e conversar com o juiz federal Danilo Pereira Junior, titular da 12ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela execução penal do ex-presidente. A juíza Carolina Lebbos, que despachou as decisões anteriores, está em férias.
Além de admiradores, apoiadores e militantes vinculados a partidos, sindicatos, movimentos sociais, circulam pela Vigília familiares do ex-presidente, como sua filha Lurian e seu neto Thiago.
A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, concedeu entrevista coletiva à imprensa após visitar o ex-presidente Lula.
Gleisi afirmou que Lula está tranquilo. “Mas nós estamos com pressa, nós queremos que ele saia ainda hoje daqui”. Gleisi reafirmou que, ao sair, Lula irá abraçar os amigos e militância da Vigília Lula Livre, que não o deixaram sozinho, e depois seguirá para São Paulo.
Um palco está instalado da Vigília, a área externa da sede da Polícia Federal está isolada, com os jornalistas se posicionando em frente à saída do prédio. As ruas também estão com tráfego restrito para carros.
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Foto: Joka Madruga/Agência PT