Maju Cotrim

Quatro meses fora da cadeia, o vice-prefeito Letim Leitão, principal acusado de um suposto atentado contra o prefeito de Novo Acordo, Elso Lino, concedeu entrevista exclusiva a Gazeta do Cerrado. Atualmente ele aguarda a decisão final do caso. “Confio na justiça”, disse.

Ele disse que considera que sua prisão foi política e que ficou oito meses detido na CPPP aguardando audiência para ser ouvido. “Assim que fui ouvido, fui solto”, disse.

“Nunca tivemos uma discussão, um negócio entre nós, não participei de nada da prefeitura, sempre soube me colocar no meu lugar… ele sabe e nunca poderia ter dito que eu mandei matar ele”, disse sobre o prefeito Dotozim.

Segundo ele, o depoimento do principal acusado de atirar, Gustavo,
teria revelado que não o conhecia e que foi até a casa do prefeito fazer um assalto. “Não tem nenhuma prova contra mim”, disse.

“Eu que prestei socorro a ele, chamei a ambulância… no depoimento o cara que atirou confirmou que nem me conhecia”, argumenta ainda.

Ele não pode ir a Novo Acordo após ter saído da prisão pois está impedido de sair da comarca de Palmas. Letim está ainda com o salário de vice suspenso através de ato da atual gestão. “Não posso voltar para a minha cidade, não posso reassumir meu posto mesmo estando eleitoralmente normal e espero uma decisão da justiça o mais rápido possível”, disse.

Ele chegou a dizer em vídeo a Gazeta que em depoimento à justiça o atirador afirmou que foi torturado para “citar o nome dele”.

Clima na gestão

Ele disse que nunca teve espaço na gestão do prefeito e que sempre sentiu que havia uma mágoa do atual prefeito com relação a ele mesmo com a composição. As duas vertentes políticas eram adversárias há mais de 30 anos, segundo ele.

Na entrevista, Letim disse por várias vezes que foi citado e envolvido apenas por questões políticas.

Os dias na prisão

Ele ficou oito meses e 11 dias detido. Ele tem quatro filhos e disse que recebia cartas de populares da cidade dizendo acreditar na inocência dele.

Segundo ele, durante a investigação chegaram a pedir para ele confessar que seria o mandante.

“Só quero que minha vida volte ao normal”, disse.

Ele confirmou que aguarda decisão da justiça sobre o caso e pretende disputar as eleições deste ano.

Assista ao vídeo com a entrevista com o vice!

Entenda o caso:

O vice-prefeito de Novo Acordo, Leto Moura Leitão Filho (PR), foi preso como suspeito de encomendar o atentado contra o prefeito, Elson Lino de Aguiar (MDB). O atentando contra o prefeito, conhecido na cidade como Dotozim, foi no dia 9 de janeiro de 2019. Ele levou três tiros, inclusive um na cabeça, mas já recebeu alta do hospital.

Além dele, também foi capturado Gustavo Araújo da Silva, suspeito de ser o executor do atentado. Também foi preso o empresário Paulo Henrique Sousa.