O nome da exposição questiona especialmente o espaço das mulheres, o lugar onde ela está e como se interrelaciona consigo mesma, com as outras pessoas dentro da sociedade.
O painel que dá nome para a exposição apresenta pequenos quadros que mostram mulheres nas mais variadas formas (profissão, corpo, ideologia, religião e outras) e atrás desses painéis estão registrados as respostas de algumas mulheres de Palmas para a seguinte pergunta: o que você precisa fazer como mulher no dia de hoje para ter o teu espaço respeitado?
O que nos provocou como coletivo para essa exposição foi o fato de percebermos que apesar de toda emancipação e conquista das mulheres, uma boa parte da sociedade ainda enclausura as mulheres em cubos/quadrados, que são espaços limitadores e insistem em acreditar que as mulheres precisam ou devem ser colocadas no lugar delas (cubo, quadrado, espaço da mulher).
A brincadeira com “No/ao” quadrado, é para dizer que enquanto as pessoas pensam nas mulheres no quadrado, elas na realidade são ao quadrado, pois sempre podem ser mais do que aquilo que acreditam que ela seja.
Os outros painéis tentam mostrar que a mulher não precisa ficar presa em um espaço, um quadrado, que ela pode ir onde quiser e desejar, por isso os painéis saem do padrão quadradinho fechadinho e foram realizados nas mais diferentes formas e modelos.
Na concepção dos trabalhos foram utilizados caixotes de frutas e madeiras reaproveitadas. O objetivo da escolha desse tipo de material é pelo questionamento sobre o quanto aquilo que é útil em um momento e que no outro pode ser facilmente descartado (infelizmente muitas pessoas ainda pensam isso das mulheres).
A técnica utilizada é a pirogravura (piro=fogo + gravura), que é a técnica de desenhar om uma caneta incandescente sobre madeira ou outros materiais que possam ser queimados, é um dos estilos de trabalho do “Espaço Nulo”.
Obras da exposição
Painel: Mulher ao/no quadrado
Descrição: Formado por vinte imagens pirografadas de mulheres que carregam relatos de mulheres da cidade de Palmas, sobre o modo como cada uma faz para garantir o seu espaço, para ter o espaço preservado nos dias de hoje.
Painel: Renascimento
Descrição: Inspirado no cerrado, que é o bioma predominante no Tocantins, ele mostra que a mulher sempre pode ressurgir majestosa, mesmo diante dos problemas.
Painel: Recriação
Descrição: Mostra o potencial de recriação das mulheres e empoderamento que uma mulher pode ter na vida de todas as outras mulheres.
Painel: A dança interior
Descrição: dentro de cada mulher existe um movimento constante e uma urgência de ocupar espaços,nós do Espaço nulo, chamamos esse movimento de dança interior.
Painel: Sonhar
Descrição: A mulher tem a liberdade de poder sonhar e esses sonhos podem se tronar realidade. E mesmo que não se realizem, os sonhos sempre serão a grande liberdade da mulher.
Painel: Liberdade
Descrição: O interior da mulher é um espaço que é só dela. Ninguém pode e nem deve desrespeitar esse espaço que pertence somente a própria mulher. Esse é o espaço da verdadeira liberdade.
Painel: Delicia de ser mulher
Descrição: Representa a mulher que possui confiança em si mesma, que não espera nada das outras pessoas.
Painel: Sereu
Descrição: as sereias sempre representaram seres meio mulheres e meio peixes, seres que pertenciam ao mesmo tempo a dois mundos, nesse trabalho as sereias são metade medusas, pra dizer que as mulheres possuem vários caminhos e inúmeras possibilidades que são representadas pelos inúmeros tentáculos das medusas.
Painel: Paraisos invertidos
Descrição: É a representação de uma mulher que flutua solta na vida (O mar), experimentando os inúmeros prazeres da vida, o seu rosto escondido entre os tentáculos simbolizando que nem sempre ela tem consciência desses prazeres.
Painel: Frágil? Esse lado não é meu
Descrição: Mostra uma mulher chorando, mas quer dizer com isso que chorar não é ser fraco e muito menos que a mulher seria o mítico sexo frágil.
Painel: Painel: sagrado feminino
Descrição: Dizem que toda mulher tem um pouco de Santa, bruxa ou feiticeira, nessa obra queremos mostrar que existe um potencial muito grande de força e de poder dentro da mulher, que a lança dentro daquilo que é chamado de sagrado feminino.
Painel: Transmutação Contínua
Descrição: A mulher é constante transformação e revolução, não está presa a padrões fechados pela sociedade.
Quarta Coordenata do Espaço Nulo
Quem somos?
Somos um coletivo de artistas visuais, que trabalha com as mais variadas formas de artes visuais, transitando entre desenho, pintura, gravura, grafite, pirogravura e outras.
Atualmente formado por quatro artistas, sendo dois homens e duas mulheres.
Membros: Elpidio de Paula, Emanuel Oliveira (leromanual), Mayara Jéssica (Wyns) e Karla Rayane.
Local da exposição:
Galeria do Adelaide Bistrô
404 sul, Alameda 03, s/n
Horário de visitas: a partir das 18:00
Agendamentos para outros horarios: 9 8132-8004/9 8443-3688
Quarta Coordenata do Espaço Nulo
210 sul, alameda 03,lote 32
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Contatos: (63) 9 8443-3688 / 9 8132-8004 (whatsapp)
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