Facebook anunciou nesta sexta-feira (24) o lançamento de uma nova função do Messenger. Chamada de Rooms (ou Salas do Messenger, em português), ela vai permitir que o mensageiro da rede social tenha características utilizadas em outras plataformas de comunicação por vídeo.

Essa função vai criar uma sala acessível com um link, que poderá ser criado a partir do próprio Messenger ou do Facebook. Em breve, será possível também criar e participar de salas a partir do WhatsApp e das funções de mensagem direta no Instagram.

O Rooms estará disponível “em alguns países esta semana e será expandido para o resto do mundo”, afirmou o Facebook em comunicado.

A ferramenta aproxima o funcionamento do Messenger de outros aplicativos usados para conferências — e que ficaram muito populares durante a quarentena. O Zoom, um dos que mais cresceu no período, registrou 300 milhões de usuários no dia 21 de abril (alta de 50% em relação ao início do mês), apesar de preocupações com segurança e privacidade.

De acordo com John Hegeman, vice-presidente responsável pelo feed de notícias do Facebook, desde o início da quarentena causada pelo coronavírus o consumo de chamadas de vídeo dobrou no Messenger e no WhatsApp em países muito afetados pela doença, como a Itália.

“O diferencial [do Rooms] é que ele pode alavancar a comunidade existente do Facebook, aproximando o sistema de aplicativos de mensagem”, disse Hegeman sobre o novo serviço em relação a competidores.

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O Facebook vem investindo em maneiras de melhorar a comunicação entre pessoas diante da realidade da quarentena causada pelo coronavírus. A empresa já anunciou mudanças no envio de mensagens no Instagram e também expandiu uma versão do Messenger para crianças.

Em nota, a empresa disse que chamadas de vídeo e áudio fazem parte dos produtos da rede social há muitos anos, mas que agora há uma percepção do “quão importante estão sendo agora esses recursos para as pessoas”.

Como funciona?

O Rooms vai pretende reunir até 50 pessoas por sessão, sem limite de tempo. Inicialmente, o limite será de 17 pessoas por sala, incluindo o administrador.

A pessoa que cria a sala controla as configurações de quem pode entrar, o quão fácil a sala é de ser encontrada e se um link poderá ser usado para acessar a conversa.

O acesso por um link pode ser compartilhado com grupos na rede social ou pelo próprio aplicativo de mensagens.

O fato de ter um link de compartilhamento evita um problema comum a chamadas de vídeo: ter que efetuar a conexão com um tipo de ligação. Por exemplo, quando se liga para alguém e a ligação não é atendida a possibilidade de entrar na chamada é encerrada. Um link oferece uma janela de tempo maior para entrar na conexão.

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“Essencialmente, é possível enviar o link no Facebook, serviço de mensagem ou e-mail. Ao clicar no link o usuário será redirecionado para um navegador e poderá entrar no Messenger Rooms com um clique. A experiência é a mesma no celular, mesmo que o aplicativo do Messenger não esteja instalado”, afirmou Stephane Taine, diretor de produto do Messenger.

Não será necessário criar uma conta no Messenger para acessar.

Segundo Taine, o time de produto trabalhou para reduzir fricção de uso da plataforma e permitir que as pessoas se conectem durante o período atual de isolamento. “Nós definitivamente aceleramos o tempo de produção [de funções e produtos] para tornar as coisas melhor” afirmou

Segurança

Em termos de segurança, o Rooms foi desenvolvido junto a especialistas de segurança para evitar o fenômeno chamado “zoom bombing” — que acontece quando uma pessoa acessa um link para uma conferência sem ter sido convidada, causando constrangimento nos participantes.

De acordo com Taine, cada criador de uma sala tem controle de privacidade e acesso e os links foram criados de maneira a dificultar a entrada de pessoas não autorizadas e hackers.

As salas também poderão ser “trancadas”. Se uma sala estiver trancada, ninguém poderá entrar, exceto o administrador.

A preocupação com privacidade foi enfatizada pela rede social em publicação de Erin Egan, vice-presidente de privacidade do Facebook, que disse que a empresa “não escuta suas chamadas de vídeo e áudio”. Ainda segundo ela, não há exibição de publicidade no Rooms, mas dados são utilizadas para “variedade de propósitos, incluindo prover e melhorar a experiência do produto”.

Novidades no Instagram e no WhatsApp

Junto do Rooms, o Facebook anunciou ainda novidades para a rede social e também para outras plataformas da empresa, como WhatsApp, Instagram.

No WhatsApp, haverá aumento no número de participantes de uma conversa em vídeo. Segundo a empresa, a expansão começa na próxima semana e será possível fazer chamadas de vídeo com até 8 pessoas. Atualmente são 4 pessoas por ligação.

Já no Instagram será possível comentar e assistir a lives no deskop, para ter acesso a conteúdos em uma tela maior. Também haverá a possibilidade de salvar lives feitas na plataforma no IGTV, ao contrário do que acontece atualmente, em que as lives ficam disponíveis nos Stories durante 24h.

E no próprio Facebook será possível fazer uma live conjunta, um recurso que a rede social está trazendo de volta. A empresa afirmou que também irá disponibilizar um botão para doações em live para organizações sem fins lucrativos.

fonte: G1