O Ozempic se tornou, nos últimos meses, um dos remédios mais procurados no mundo. Fabricado originalmente para o controle da diabetes, o medicamento vem sendo usado de maneira off-label para perda de peso, já que atua como um supressor de apetite.
Por conta de sua popularidade e tecnologia, o Ozempic tem um preço salgado: a dosagem mais alta, de 1 mg, pode chegar a custar R$ 1.308,32. Porém, ofertas em sites de anúncios, como o Marketplace do Facebook, prometem o medicamento por uma quantia bem menor, de R$ 450.
A Novo Nordisk, fabricante do remédio, reconhece que está havendo um aumento nas vendas de produtos irregulares da empresa, “especialmente pela internet”. “Todos os nosso medicamentos são vendidos e distribuídos exclusivamente em farmácias devidamente licenciadas e cumpridoras de todos os requerimentos sanitários exigidos pela Anvisa”, afirma, em nota, a farmacêutica.
O volume de anúncios, porém, torna praticamente impossível fazer a denúncia das propagandas falsas. Por isso, a empresa alerta que o próprio cliente precisa estar atento para não expor sua saúde a algum problema grave.
Os médicos apontam que realizar compras de medicamentos com procedência desconhecida ou duvidosa traz riscos graves, que podem levar até mesmo à morte.
“Até pelo preço elevado destes medicamentos, a compra de remédios falsificados está se tornando muito comum no nosso dia a dia. Para evitar intoxicação, o melhor é adquirí-los apenas em lugares conhecidos e de acordo com o recomendado”, afirma o cardiologista Ricardo Contestini, de São Paulo.
“No caso do Ozempic, devemos lembrar que o uso é regulado e só se faz com receita. Além disso, a fabricante sustenta que não está sendo possível atender toda a demanda pelo excesso de clientes, então uma oferta tão abaixo do preço não poderia ser possível”, explica a endocrinologista Suzana Vieira, de São Paulo.
Como identificar falsificações?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável por identificar as falsificações de medicamentos e determinar seu recolhimento. Porém, a patrulha é mais difícil em vendas on-line, que muitas vezes ocorrem à margem da lei.
A Anvisa afirma que todos os medicamentos sem registros, fabricados por farmacêuticas desautorizadas ou vendidos em farmácias irregulares são prejudiciais. Para evitar problemas à saúde, a agência orienta:
- Comprar medicamentos apenas em farmácias, sites ou canais autorizados pela Anvisa;
- Não usar produtos com embalagens alteradas e que não tenham informações corretas;
- Não adquirir produtos com preços muito abaixo dos praticados no mercado.
No caso do Ozempic, é possível buscar no site do Programa NovoDia as farmácias que vendem o medicamento mais próximas do CEP informado.
De acordo com a Anvisa, é importante observar se as embalagens têm o número de lote de fabricação, um código de barras, e estejam hermeticamente fechadas. “Em casos de suspeita, o usuário deve entrar em contato com o SAC da suposta fabricante e evitar usar o medicamento”, aponta a agência.
Fonte: Metrópoles