Foto – Divulgação

Lucas Eurilio

Trabalhadores do Movimento Sem Terra (MST) que vivem no Acampamento Padre Josimo, no Projeto de Assentamento Cupim, estão convivendo com o medo e agora estão sem sendo impedidos por donos de fazendas de usarem as estradas que dão acesso ao local, na zona rural de Carrasco Bonito, norte do Estado.

Um vídeo enviado ao Gazeta do Cerrado neste sábado, 21, mostra uma moradora relatando que o trabalhador precisou voltar, pois uma cerca de arame foi colocada no meio da estrada. (Veja o vídeo abaixo).

Nosso trabalhador está voltando, não tem como passar. Então, a situação é muito difícil gente”, disse

Conforme o MST no Tocantins, o conflito por conta das terras dura desde 2016, quando várias famílias ocuparam e montaram o acampamento. Ainda segundo o Movimento, as terras pertencem ao INCRA.

“Estas terras haviam sido griladas por fazendeiros do município e região, onde se intensificou o conflito com o principal grileiro, fazendeiro e empresário Armando Cayres. As famílias sempre sofreram ameaças e ataques como a queima de barracos e a destruição de plantações pelo gado do próprio fazendeiro”, disse. 

Moradores acusam ainda fazendeiros de os colocarem como inimigos, quando eles estão apenas produzindo alimentos para o próprio sustento.

A cerca para impedir que a comunidade circule pelas estradas foi colocada nesta sexta-feira, 20, e teria sido a mando de outro fazendeiro e professor, Erinaldo Santos.

“Ocorre que no dia de ontem, 20/08/2021, as famílias foram surpreendidas pelo fechamento da estrada que daria acesso ao acampamento. Onde o Professor Erinaldo Santos que também é fazendeiro possui terra grilada nesta mesma área autorizou o trancamento da estrada com uma cerca proibindo a passagem e o tráfego de pessoas”, explicou

Obras que estariam sendo executadas pela Prefeitura de Carrasco Bonito no local, teriam sido paralisadas por conta após a instalação da cerca. Nem o ônibus escolar pode trafegar na estrada.

“A Prefeitura Municipal de Carrasco Bonito iniciou os trabalhos de abertura e construção de bueiros nesta mesma estrada pra melhorar as condições de acesso ao acampamento e agora o então Professor Erinaldo Santos tomou a decisão de paralisar a obra e proibir a passagem dos trabalhadores do acampamento”.

Por fim o MST explicou que as famílias estão estão aflitas, indignadas e que vão acionar o Ministério Público Federal (MPT-TO) e a Defesoria Pública do Estado (DPE-TO), que acompanham a situação no local.

Nossa equipe tenta contato com os fazendeiros citados na reportagem e ressalta que o espaço está aberto caso haja interesse das partes em se posicionar sobre o assunto.