Reintegração de posse – Foto – Divulgação/MST

Lucas Eurilio e Brener Nunes, Gazeta do Cerrado

Em material divulgado pelo Movimento Sem Terra (MST), na noite de domingo, dia 30 de abril de 2023, foi marcada por uma ação de despejo ilegal e arbitrário no acampamento Chico Mendes do MST, localizado às margens da BR-153, próximo ao povoado Campo Alegre, município de Nova Olinda, norte do Tocantins. Cerca de 30 famílias foram retiradas à força pela Força Tática da Polícia Militar (PM) de Araguaína, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), sob a alegação de um suposto crime ambiental infundado e sem fundamentação legal, diz o MST.

Segundo relatos dos envolvidos, a ação foi realizada de forma arbitrária, com forte pressão psicológica e coação por parte dos agentes de segurança, que colocaram as famílias no micro-ônibus e as conduziram à Delegacia de Polícia Civil de Araguaína para registro de Boletim de Ocorrência.

O fato ocorreu em plena chuva, colocando em risco a saúde e a integridade física das famílias despejadas. O Movimento Sem Terra afirma que, mesmo diante dessa repressão, continuará lutando pela conquista da terra.

De acordo com a versão da PM, a ação foi motivada por denúncia de invasão de propriedade rural, e a guarnição da Patrulha Rural se deslocou até o local juntamente com a equipe da Força Tática da Unidade e Polícia Rodoviária Federal. Treze pessoas foram encontradas, sendo três mulheres adultas, sete homens adultos e três crianças. Após diálogo com os invasores, estes resolveram, de forma voluntária, desmobilizar o acampamento e deixar a área.

Entretanto, foi constatado um possível crime ambiental de desmatamento por parte dos invasores no local, e o Batalhão da Polícia Militar Ambiental foi acionado para verificar a materialidade do crime, sem definição precisa da autoria. Após a constatação do crime, a autora Gisélia Santos Silva foi conduzida à Delegacia de Plantão de Araguaína, onde foi apresentada à autoridade competente e lavrado auto de infração.