Aberta pelo presidente da Fundação Cultural de Palmas (FCP), Hector Franco, a audiência pública realizada na manhã desta terça-feira, 31, apresentou aos feirantes o projeto de remodelação da Feira do Bosque,  que inclui demarcação de um espaço cultural na feira, criação de mixcultural para apresentações culturais pela FCP, entre outras mudanças.

A Feira do Bosque é uma das mais tradicionais feiras da Capital e terá ainda espaço demarcado por arco de leds, instalação de uma loja da Fundação Cultural com catálogo dos produtos.

A audiência pública para discutir a remodelação deste espaço popular tão importante para a cultura palmense contou com a presença do defensor público, Felipe Lopes Barbosa Cury, do Núcleo Especializado de Direitos Difusos Coletivos e Individuais Homogêneos, e da representante da Superintendência de Cultura da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura, Claudete Manjabusco e representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.

De acordo com o presidente da FCP, as demais áreas da feira serão geridas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico. “Estaremos discutindo esse novo formato com os feirantes para que possamos evoluir e a feira  tenha seu aspecto cultural resgatado”, disse.

O presidente destacou como pontos fortes nas mudanças, uma maior atração de público, mais segurança, novo empreendimentos, resgate da identidade cultural, segurança das operações, valorização do empreendedor, dentre outras.

Reforma Praça do Bosque. RR. 31.01 (3)

Feirantes

Vendedora de acarajé há 20 anos, a feirante, Elisabete Jardim de Oliveira, elogiou as mudanças e pediu um melhor  acompanhamento das secretarias envolvidas no projeto, e mais organização dos espaços.  “A feira do bosque é a minha vida, ajudou-me a criar meus filhos”, disse emocionada.

Ideia compartilhada pelo senhor, Nicanor Antonio França, que trabalha com a venda de artesanatos. “A feira precisa mesmo de uma mudança em seu espaço, parabenizo pela idéia e pelo projeto”, disse.

Já o vendedor de acessórios, Carlos Eduardo, defendeu a permanência dos camelôs, na feira. “os camelôs devem permanecer na feira, pois fomentamos  a economia local também”, ressaltou.

O presidente da FCP, Hector Franco, esclareceu aos presentes, que os camelôs continuarão na feira do bosque, mas será preciso delimitar os espaços destinados ao  mix cultural, que será demarcado por arcos de led.

Para a assessora técnica de Planejamento da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Sedem-TO), Luara Aquino,  o fortalecimento da associação e a economia criativa devem fazer parte do processo de mudanças.

“As mudanças têm que vir de forma integrada,  no mesmo ambiente, com ações que fortaleçam todos os segmentos de forma sustentável e que prevaleça a sobrevivência da cidade”, disse.

Para a vendedora de doces e tortas, Eliene Aguiar, é preciso fortalecer a representatividade dos feirantes. “Deve haver mudanças na associação para que todos se sintam representados”, concluiu.

Proposta defendia pelo defensor público do Núcleo de Ações Coletivas, Felipe Lopes Barbosa, que  se propôs a ouvir os feirantes  e acompanhar de perto o projeto de reestruturação da Feira do Bosque. “É necessário que os feirantes tenham uma única associação, que represente todos os segmentos, fortalecendo ainda mais o setor”, esclareceu.

Durante a audiência, o vice-presidente da Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (Arpit), Srewe Xerente, solicitou um espaço indígena, na Feira do bosque. “Queremos um espaço para nosso povo e apoiamos essa transformação”, disse.

A feira do bosque é realizada aos domingos à noite e conta com cerca de 200 operações, sendo 67 barracas de alimentação, 15 de decoração, 23 de acessórios, 27 de capim dourado, 24 de vestuário, 14 de diversão, oito de calçados e 21 de eletrônicos.