A reta final da gestão da prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), foi marcada por polêmica após o Ministério Público Estadual (MPE) ingressar com uma ação civil pública para suspender e anular parcialmente o concurso público da educação. O pedido requer ainda a reaplicação das provas para determinados cargos devido a vícios insanáveisidentificados no certame.

A decisão do MPE provocou reação imediata da prefeita, que utilizou as redes sociais no domingo, 15, para desabafar. Cinthia classificou a ação como “uma covardia sem precedentes”, criticando o impacto direto da medida sobre os candidatos e suas famílias. “Miram a prefeita e acertam em cheio mais de 3,5 mil concursados e suas famílias. A quem interessa esse jogo?! Querem inviabilizar atos legítimos de gestão, numa reta final, por quê? Ofereço risco a quem?”, questionou.

Em seu pronunciamento, Cinthia Ribeiro reforçou ter “muito respeito e excelente relação institucional com todos os órgãos” e pediu que, caso existam problemas, as responsabilidades sejam questionadas diretamente. “Apesar da visão de ‘política pública de Estado’ ser muito distante para alguns, isso não muda os compromissos assumidos em um plano de governo. Se há algum problema, questionem e interpelem a pessoa certa”, escreveu.

Entenda

O Ministério Público argumenta que as provas objetivas de conhecimentos específicos para quatro cargos apresentaram falhas significativas. De acordo com o órgão, 12 das 15 questões nas provas para Professor do Ensino Fundamental I e Supervisor Pedagógico tinham como resposta correta a alternativa “todas as afirmativas estão corretas”. A mesma situação ocorreu em 9 das 15 questões para Orientador Educacional e 10 das 15 questões para Técnico Administrativo Educacional (Monitor de Educação Infantil).

Os promotores defendem que a falha “compromete irremediavelmente o certame” e solicitaram a suspensão de quaisquer nomeações e posses para os cargos citados, bem como a reaplicação das provas.

O concurso foi homologado pela prefeita Cinthia Ribeiro no último sábado, 14, em uma edição especial do Diário Oficial do Município. A publicação consolidou a validação do certame e foi celebrada pela prefeita, que declarou: “Com grande alegria, homologamos hoje o concurso da Educação da Prefeitura de Palmas! Um passo essencial para fortalecer ainda mais a qualidade do ensino, valorizando nossos profissionais e investindo no futuro das nossas crianças e jovens”.

No entanto, o MPE requer que a homologação para os cargos mencionados seja anulada, alegando que o vício nas provas prejudica a lisura do processo seletivo. O órgão ainda solicitou que o município se abstenha de realizar nomeações ou posses até a decisão final da Justiça.