Foto: Google reprodução

O desemprego alcançou 14,4% no trimestre encerrado em agosto. Em três meses, mais de 1 milhão de brasileiros se somaram à multidão de desempregados. Agora são quase 14 milhões. Segundo o IBGE, com a flexibilização do isolamento social, mais gente saiu procurando uma vaga de trabalho e entrou na estatística.

Por isso mesmo, a disputa pelas vagas temporárias deste fim de ano vai ser mais acirrada do que nunca.

Indústrias e lojas depositam muitas esperanças neste Natal. A Confederação Nacional do Comércio prevê até um modesto aumento nas vendas, de 2% em relação a 2019. A recuperação está vindo das compras pela internet. Já nos corredores dos shoppings, o vazio explica a queda no número de vagas temporárias neste fim de ano.

A previsão é de 70.700 oportunidades para quem procura trabalho, quase 20% menos do que em 2019, a menor oferta de vagas temporárias dos últimos cinco anos.

Primeiro, a economia ainda não se recuperou do tombo, especialmente no segundo trimestre do ano. O segundo fator, mais especificamente relacionado ao varejo, é o avanço do e-commerce. Isso foi muito bom. A grande diferença é que o e-commerce não é uma atividade geradora de emprego como são, por exemplo, as lojas físicas, as lojas de shopping centeres”, explica Fábio Bentes, economista CNC.

A maior parte destas vagas costuma surgir nas lojas de roupas e calçados. Mas elas estão enfrentando dificuldades para recuperar o movimento que tinham antes da pandemia. E a previsão de vagas temporárias para este setor não é otimista: 30 mil em todo país. Corresponde à metade das oportunidades que surgiram em 2019.

Uma confecção começou a selecionar os candidatos a 1.200 vagas no Rio. No estado com os maiores índices de desemprego, a disputa está acirrada. “Recebemos 7 mil currículos até o momento. Estamos recebendo 300 currículos diariamente. Estaremos fazendo a seleção até o dia 30 de novembro”, explica Jorge Almeida, empresário.

Antes do Natal passado, Jéssica conseguiu uma vaga temporária. E ela foi a porta para o emprego fixo. “A gente não pode desanimar. Você tem que ter fé. Quando eu entrei aqui, eu vi que tinha possibilidade de ficar. E aí vim com tudo”, conta.

Histórias como a da Jéssica serão menos frequentes. As previsões para o setor apontam para a menor taxa de efetivação dos temporários dos últimos quatro anos: 16%.

Na realidade, são oportunidades preciosas, porque são janelas de entrada no mercado de trabalho. Claro que esse ano, em virtude da expectativa um pouco menor do número de ofertas de vagas, reencontrar esse emprego vai ser um pouco mais difícil”, destaca o economista Fábio Bentes.

Fonte: G1