Animal empalhado – Foto – Dicom UFT/Divulgação
É muito comum avistar, nas rodovias que cortam o Tocantins, e, até mesmo, nas áreas urbanas das cidades, animais silvestres mortos por atropelamento ou vítimas de violência humana. Conscientes da necessidade de se preservar a história dessas espécies que compõem a fauna do Estado, professoras pesquisadoras da Universidade Federal do Tocantins (UFT) implantaram, em 2018, o Museu de Morfologia da UFT.
O projeto institucional de revitalização da Anatomia Animal, que tem como parceira a Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto), vem, desde então, desenvolvendo um importante trabalho de educação ambiental com espécies da fauna local, algumas raras ou em risco de extinção e, também, de divulgação científica.
Com a instalação do Museu, professores e alunos de várias áreas de atuação da Universidade vêm realizando a taxidermia dos animais que são entregues, já sem vida, pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). Uma das idealizadoras e coordenadora do Museu de Morfologia da UFT, a professora Tainá de Abreu, conta que os animais que chegam ao Museu são encaminhados pelo Naturatins à Universidade, devido ao convênio firmado com a instituição para que seja feita a taxidermia, conhecida como a arte de “dar forma a pele”. “Em cada animal que chega, procuramos nos atentar a todos os detalhes, desde a sua história, causas da morte e a conservação da sua estrutura anatômica. Buscamos ter todo cuidado com o animal, estudamos sua anatomia para trazer a ciência da espécie da forma mais real possível da realidade”, conta a pesquisadora.
Tainá explica que a taxidermia consegue, por meio de diferentes técnicas, recriar e mostrar de forma bem natural um animal morto, sendo uma ótima ferramenta para educar e conscientizar sobre a importância da conservação da biodiversidade e os impactos das ações humanas.
Até o momento, mais de 50 animais já foram taxidermizados e compõem o quadro de exposição do Museu. Tainá lembra que o Museu é um espaço de pesquisa, ensino e, também, educativo, pois contribui no resgate de memórias e aprendizados. “Os animais que preparamos na sua grande maioria, trazem marcas de violência humana. Com o trabalho feito no Museu, além de treinar os nossos alunos nas técnicas anatômicas, habilidade com o tratamento dos corpos, também temos, como missão, sensibilizar a sociedade sobre as questões ambientais”, explica a professora, informando que mais de 90 novos animais estão na fila para serem taxidermizados.
Conhecimentos científicos
Para os acadêmicos que se dedicam às atividades do Museu, ele representa um importante espaço que possibilita a oportunidade de conviver com a realidade social e prática profissional, além de realizar um importante exercício de cidadania ao compartilhar, com outras pessoas, os conhecimentos técnico-científicos adquiridos em sala de aula, em laboratórios de ensino e pesquisa.
A aluna Denise Alves da Silva Costa, do sétimo período de Nutrição, diz que o Museu proporcionou experiências que não imaginava vivenciar durante a graduação. “Pude expandir a minha perspectiva sobre a anatomia animal e humana, sobre a biodiversidade e o impacto que causa no nosso mundo. Aprendi muitas coisas técnicas e científicas, mas, principalmente, sobre o respeito e a preservação da vida. Além disso, tive o privilégio de escrever alguns trabalhos para anais de eventos, participar na organização de eventos, o que traz uma bagagem muito boa enquanto acadêmica”, descreve a aluna.
Conheça mais sobre o Museu
Para conhecer mais sobre o trabalho do Museu, basta acessar o perfil no Instagram @morfologiauft. No perfil, também é possível verificar a programação de visitas, que são previamente agendadas, para grupos de estudantes e professores do ensino fundamental e médio, as quais são monitoradas por graduandos da UFT. Ainda, a equipe do Museu segue com as atividades de divulgação científica, atendendo escolas e outras instituições, por meio de exposições itinerantes.
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Fonte – Dicom UFT