Foto – Divulgação

Equipe Gazeta do Cerrado

Uma episódio lamentável aconteceu nesta quinta-feira 17 de março. Estava prevista a realização de uma audiência pública para discutir sobre feminicídio e o direito das mulheres no Tocantins, porém não foi possível em razão da falta de composição da Comissão da Mulher.

Os movimentos mobilizaram para a audiência e argumentavam a necessidade de realização de pautar o assunto na Casa de Leis.

“Após muita pressão e luta política conseguimos garantir nossa Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Tocantins pra levar pra debate nesta casa de leis do povo a crescente taxa de violência contra as mulheres e feminicídios no estado durante a pandemia, a violência sofrida por nossas mulheres na política e o sucateamento das políticas de saúde e segurança pública para as mulheres do Tocantins! “, divulgou o movimento.

A realização da audiência porém foi frustrada o que revoltou militantes da causa e vários movimentos.

Divulgação

Comissão sem membros?

A audiência foi remarcada por três vezes. Hoje, mais uma vez, não foi realizada. O entrave e a falta de posse dos membros da comissão.

A audiência pública foi aprovada há 15 dias na Casa a pedido de requerimento da deputada Amália Santana.

A presidente da Comissão será Vanda Monteiro e a vice Amália Santana. A parlamentar petista afirmou que é a favor da pauta e articulou até o último minuto para tentar que a audiência fosse realizada.

Ela chegou a pedir  desculpas às mulheres por não ter sido realizada a audiência.  Não há informações se será remarcada a audiência.

O que dizem os movimentos?

Divulgação

Eutália Barbosa, representante da Marcha Mundial das Mulheres conversou com a Gazeta do Cerrado e disse que foi frustrante. Ela contou ainda estão tentando marcar a audiência desde a última semana de fevereiro.

“Nós estamos desde a ultima semana de fevereiro, ela – Christiany Montelo – não tinha morrido ainda. Tinhamos marcado audiência pra falar de feminicidio, violência, pobreza feminina, fila de cirurgias ginecológicas, estudamos, olhamos orçamento, fomos preparadas pra debater. Quando foi hoje, na porta da Assembleia Legislativa, um assessor mandou um áudio dizendo que não podia fazer porque não tem Comissão da Mulher instalada. Não pode fazer a audiência, ou seja, a AL não vai pode receber”, explicou.

Eutália explicou também que a deputada estadual Amália Santana havia solicitado a audiência, entretanto, nunca dava quórum.

“A Amália tentou, mas nunca dava quórum. Hoje por exemplo, apenas ela, o deputado Zé Roberto e o Júnior Geo estavam na Assembleia, então o problema gera em torno da ausência da participação dos parlamentares. A Vanda Monteiro e a Luana Ribeiro nem apareceram”. 

Um ato contra o femincídio de Christiany Montelo seria realizado e teria participação da família da vítima, que vieram do interior e teriam fala durante a audiência.

“Íamos fazer um acolhimento da família  da Christiany Montelo, a família veio do interior, os filhos vieram, iam falar na audiência pública.  Fizemos um ato, aí fomos barrados porque não podíamos entrar, nem nossa batucada, nem com os cartazes,  tivemos que deixar tudo do lado de fora, íamos fazer o ato, acabamos visitando os gabinetes dos deputados e falamos palavras de ordem, onde citávamos o deputados e era dito ‘ausente”.

Divulgação

Por fim Eutália afimrou que as mulheres não são prioridade nas discussões políticas em prol da constução de uma sociedade mais segura.

“As mulheres não são prioridades no Estado, só somos lembradas na hora de serem eleitorass. Isso é o retrado de uma sociedade machista e patriarcal. Isso é muito grave”, concluiu.

Leia mais sobre o assunto

Mulheres farão ato contra feminicídio de Christiany Montelo; Vítima morreu após agressões do marido