Equipe Gazeta do Cerrado

No dia da Consciência Negra, o Jornal Gazeta do Cerrado lança a Coluna “Dona Raimunda, a Quebradeira” no Portal. O objetivo é contar semanalmente histórias de personagens sociais do Tocantins.

A Coluna visa contar aos leitores quem são homens e mulheres que constroem a história do Tocantins participando de lutas importantes em varias áreas no Estado.

“Existem as colunas sociais que mostram o dia a dia de pessoas famosas e tal mas pensamos em abordar agora os homens e mulheres sujeitos de suas próprias histórias e que desenvolvem papéis importantes em suas comunidades. O intuito é dar visibilidade e valorizar o histórico destas pessoas simples e não menos importantes que pessoas famosas”, explicou a editora da Gazeta, Maria José Cotrim.

Com relação ao nome da coluna, a intenção é homenagear uma das maiores líderes femininas do Tocantins que infelizmente faleceu recentemente, a Dona Raimunda Quebradeira de Coco.

Divulgação

O Diretor de Jornalismo da Gazeta, Marco Aurélio Jacob explicou que a visão do veículo é dar voz a estes protagonistas sociais que moram no Tocantins e também em varios outros lugares do Brasil.

“Um dia maiores problemas de ter um país continental como p Vrasil é deixar órgão as comunidades e as vozes que lutam pela sobrevivência diariamente em cada região brasileira. É com este intuito que a Gazeta abre suas portas e suas janelas para que o sol destas mais trabalhadoras e mentes pensantes tenham espaço e reconhecimento devido como pilares da nação brasileira”, explicou.

Dona Raimunda recebe prêmio de Mulher Cidadã – Divulgação

Conheça a história da Dona Raimunda, a Quebradeira: a mulher que deu voz a uma luta importante e transcendeu barreiras. 

Raimunda Gomes da Silva, nasceu em Novo Jardim (MA), onde cresceu ao lado de 10 irmãos. Ela casou-se ainda muito cedo, com apenas 18 anos, entretanto, abandonada pelo marido, mudou-se para São Miguel do Tocantins, onde criou seus seis filhos sozinha, trabalhando como lavradora.

Fundou no ano de 1991, junto a outras mulheres, a Associação Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (ASmubip). Em 1992, ajudou a fundar o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), que hoje atua em diferentes locais.

Mulheres Rurais – Divulgação

Dona Raimunda, tornou-se uma porta voz para diversas mulheres rurais, além de ter atuado na defesa do meio ambiente. Ela também foi responsável pela Secretaria da Mulher trabalhadora Rural Extrativista do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS).

Em 2005, estava na lista das mil mulheres que concorreram ao Prêmio Nobel da Paz. Durante sua trajetória, a quebradeira de coco, recebeu o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal do Tocantins, além de diversos prêmios como o Diploma Mulher-Cidadã Guilhermina Ribeira da Silva (Assembleia Legislativa do Tocantins).

A sua história ficou conhecida com um documentário feito pelo cineasta Marcelo Silva, onde Dona Raimunda relembra como eram os dias de coleta e quebra de coco nos babaçuais. As dificuldades vividas pelas quebradeiras são retratadas, e como ponto central, a luta da líder sindical.