Agência do Banco do Brasil – Reprodução Google Imagens

A gerente de uma agência do Banco do Brasil em Augustinópolis, localizada no Bico do Papagaio, foi indiciada por suspeita de desviar quase R$ 250 mil. Segundo investigações lideradas pelo delegado da Polícia Civil Jacson Wutke, a gerente, de 34 anos, realizou movimentações nas suas contas pessoais que variavam de R$ 15 mil a R$ 192 mil por mês.

Detalhes da investigação

O inquérito policial foi concluído na quarta-feira, 22, e encaminhado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público Estadual (MPTO). A gerente pode responder por furto qualificado pelo abuso de confiança e emprego de fraude, em pelo menos 27 ocasiões diferentes.

De acordo com a Polícia Civil, os desvios começaram no segundo semestre de 2019 e continuaram até dezembro de 2021. A gerente, que era responsável pela tesouraria e pela conferência do dinheiro da agência, teria registrado no sistema valores de abastecimento aos caixas eletrônicos que não foram efetivamente colocados nas máquinas.

Quebra de sigilo e descobertas

A gerente, que recebia um salário de cerca de R$ 5 mil, teve seu sigilo bancário e fiscal quebrado por ordem judicial. Os agentes descobriram que ela movimentava mensalmente até três vezes o valor do seu salário. As irregularidades foram detectadas quando a gerente tirou férias e a pessoa que a substituiu notou um desfalque financeiro significativo.

As contas pessoais da gerente mostraram um aumento nas transações exatamente quando os desvios começaram. Chamou a atenção dos investigadores o fato de haver até três mil transações mensais, uma média de 100 por dia, incluindo depósitos em espécie que chegavam a R$ 18 mil por mês.

Defesa e consequências

Em depoimento, a gerente alegou que o dinheiro seria proveniente de vendas e consórcios, mas não conseguiu comprovar essa versão para o banco e a polícia. A mulher apresentou diferentes versões durante o processo disciplinar interno do banco, o que levantou ainda mais suspeitas.

Atualmente, a gerente está afastada de suas funções e foi demitida do Banco do Brasil. Ela responde ao processo em liberdade.

Nota do Banco do Brasil

O Banco do Brasil emitiu uma nota oficial informando que as investigações começaram a partir de uma apuração interna que detectou as irregularidades, as quais foram comunicadas às autoridades policiais. O banco reiterou seu compromisso de colaborar com as investigações e de manter processos internos rigorosos para apurar eventuais falhas e irregularidades.

“O Banco do Brasil informa que as investigações iniciaram a partir de apuração interna, que detectou irregularidades, as quais foram comunicadas às autoridades policiais. O BB, no seu âmbito de atuação, colabora com as autoridades na investigação de fraudes com repasse de informações e subsídios; e possui processos estabelecidos para apuração de eventuais falhas em procedimentos internos ou envolvimento de pessoa do seu quadro funcional. A conduta de funcionários do Banco envolvidos em irregularidades é analisada sob o aspecto disciplinar em processos que são analisados em sigilo. O Banco do Brasil reitera seu compromisso de continuar colaborando para o avanço das investigações e apurações das autoridades policiais.”