Ex-gestor que é pré-candidato, lembra que construiu vitória de muitos políticos e diz que povo é seu maior parceiro: “Eu sei o que o Palmas está precisando e vou fazer”

Maju Cotrim

Na websérie Gestões de Palmas o ex prefeito Eduardo Siqueira comentou sobre a crise da saúde atualmente e falou também de suas pretensões políticas.

“De fato, há um hiato, há uma brecha em que, no momento em que se desconstruiu o Hospital Comunitário, em que o governador Siqueira Campos entregou a HGP, naquele momento, a Municipalidade tinha que se encarregar da construção do Hospital de Urgência e Emergência de Palmas. Isso não pode ser nem uma promessa de campanha, isso tem que ser uma obrigação a ser começada. Continua sendo, infelizmente. É, mas ela tem hora para acabar. Dia 1º de janeiro de 2025, a ordem de serviço para a contratação do projeto de construção, ela vai acontecer, Maju. Não há ninguém que esteja concorrendo que possa abrir mão disso, a população não pode abrir mão disso, porque tem dois problemas distintos, tá, Maju, que aí nós estamos tratando. Primeiro, cai alguém de moto, uma facada, um tiro, uma água quente que cai sobre uma criança, qualquer incidente doméstico leva um para a HGP, isso satura, isso dificulta e tira o HGP da sua missão natural. Então, a falta de hospital de urgência e emergência, ele sobrecarrega todo o sistema da saúde”, opinou.

“Eu quero tratar desse assunto com muita responsabilidade, porque tem gente querendo tratar esse assunto como objeto de disputa eleitoral, e eu estou fora dessa discussão nesse nível. Eu digo para você, eu vou construir hospital de urgência e emergência de Palmas”, disse na condição atual de pré candidato a prefeito em 2024.

Em outro momento ele defendeu: “Palmas precisa com urgência de novas maternidades. Não é só o novo Dona Regina. Nós precisamos de mais duas maternidades pelo menos. E nós precisamos com urgência, mas com urgência máxima fazer com que as pessoas se sintam protegidas pelo Estado nessas emergências. E elas acabam atrapalhando a parte eletiva. Então, o Gargalo é o hospital de urgência e emergência de Palmas. Mas está faltando muita coisa. Nosso orçamento é muito grande, 2 bilhões por ano, para ter bairros como a Capadócia. Eu acho inaceitável. Eu pretendo fazer um plano de ataque, Maju, e um programa de inclusão social inicialmente, no mínimo, para 10 mil famílias. Isso é coisa para o primeiro dia de administração. E aí não é mais os pioneiros mirins como ele era. São os pioneiros mirins do futuro. Maju, dá para entender que num mundo de tanta inclusão, de digitalização, de inteligência artificial, você tenha bairros inteiros sem nada. Você tem grupo de WhatsApp para tudo. Mas você não tem um grupo de cidadania num bairro daquele para que o poder público esteja presente e não deixe acontecer o que está acontecendo? Então, assim, a minha angústia é grande e foi isso que me fez levantar da cadeira e dizer que sim, eu estou presente. Porque as pessoas pensam que estar na política é estar sempre com o nome na urna. Ah, o cara tem que ser candidato para alguma coisa. Eu nunca deixei a política. Tanto é que eu acho que fui ativo na eleição passada para o governo do Estado e para a vaga do Senado. Acho que todo mundo sabe aonde eu trabalhei, para quem eu trabalhei e para quem eu construí bastidores. Eu não saí. Eu continuei. Eu só falei, meu nome não vai estar na urna. Eu não queria ser deputado estadual. Agora, quero ser prefeito. Quero voltar para a prefeitura e eu sei o que eu vou fazer. Eu sei o que o Palmas está precisando e eu sei o que eu vou fazer”, chegou a dizer.

Surpresa

Eduardo falou ainda sobre a repercussão do lançamento de sua pré candidatura ao Paço e de um possível incômodo na classe política com isso.

“Olha, Maju, aí foram surpresa para dois grupos distintos. Uns que receberam com surpresa e não ficaram nada satisfeitos, infelizmente, foi a classe política. Eu senti, em grande parte, da classe política, mas por quê? Ele, de novo? E quando eu ando nos bairros, quando eu vou nos Aurenys, as pessoas me dão um abraço, falam, graças a Deus, meu filho, você é candidato a prefeito, fala para mim que você é. Então, assim, eu acho que 70 % de Palmas ainda não sabe que eu sou candidato a prefeito de Palmas. Agora, os políticos sabem”, comentou.

UB

Ele falou sobre a situação interna e clima no UB. “Eu confio muito na serenidade da nossa presidente, sabe? Ela é uma presidente que nunca trocou de partido. Eu tenho muito respeito pela senadora Dorinha. E ela tem muito respeito pelo partido. Então, eu tenho certeza que está visto a olhos nus para ela que ela tem dois excelentes nomes dentro do partido dela. Eu quero citar aqui, em primeiro lugar, a deputada Vanda Monteiro. Ela foi a deputada mais votada. Ela teve uma votação histórica dentro de Palmas. Eu digo em termos da União Brasil, da nossa coligação”, disse.

Ele sugeriu: “Eu acho que, em primeiro lugar, nós tínhamos que ter as primárias dentro do União Brasil. E eu não vou ditar nem dizer o que deve fazer a professora Dorinha. Eu só digo assim, ela há de encontrar o meio de dentro do partido nós dois resolvermos, sabe? Eu não posso querer ser a opção, se não assim o quiserem os membros do meu partido. Eu quero buscar meu lugar ao sol. Eu só não posso… É de morrer de véspera. Eu não posso entender que o meu partido não vai ter uma primeira eleição de segundo turno. Nome a gente tem. Eduardo Siqueira Campos e Vanda Monteiro. Agora, os outros partidos eu respeito. Eu respeito. Porque nós vamos ter uma eleição de dois turnos”, disse.

Siqueira

A Gazeta perguntou se é verdade que é um dos sonhos de Siqueira é que ele pudesse voltar para disputar novamente a Prefeitura de Palmas.

“As pessoas talvez não tenham percebido, nunca tenham pesquisado, não tenham entendido a forma como meu pai me criou. De seis filhos. Se você buscar a emancipação de Colinas em fevereiro de 1964, Maju, o prefeito Raul do Espírito Santo foi empossado como prefeito portémpore, prefeito, eu diria assim, tampão, até que se fizessem as primeiras eleições que ocorreram em 65. O meu pai está dentro da sala com os atos acontecendo, sai, pega uma máquina fotográfica e bate uma foto minha neste evento. Então, eu tenho uma foto minha na emancipação de Colinas, na instalação de Colinas em fevereiro de 1964. O que é que José Wilson Siqueira Campos tinha na cabeça? Ele não faz nada sem pensar. Maju, meu pai me carregava com ele. Meu filho, vamos conhecer o Banco do Brasil em Carolina. Araguaína ainda não tinha. Meu filho, vamos ao cartório. Meu filho, vamos à Araguaína buscar alguma coisa. Fomos e voltamos pela Belém Brasília incontáveis vezes, eu e ele. Às vezes, eu e ele. Ele no caminhão. Então, assim, meu pai foi a minha transportadora para o futuro. Meu pai me preparou. Meu pai me pediu para aprender inglês, para estudar gestão. Meu pai o tempo todo me mostrou os caminhos dentro da Câmara”, conta.

“Então, se tem uma pessoa que tem conhecimento, e eu falo isso com muita humildade, de como é o processo de uma campanha majoritária, eu digo para você, eu sou uma das pessoas nesse Estado que tem, que eu conheço. Talvez daí a preocupação de muita gente na classe política, porque sabe que muitos foram ajudados por mim. Eu construí a vitória de muita gente, sabe? Mas eu parece que estou impedido de construir a minha própria vitória. Eu tenho um grande parceiro nessa briga, sabe, Maju? Que é o povo de Palmas. Então, isso vai fazer parte de uma história bonita dessa cidade. E, meu nome, eu tenho algumas coisas que são, assim, a gente não escolhe o nosso destino, sabe?

“Eu fui o primeiro prefeito eleito. E, infelizmente, por via do destino, eu tenho um filho meu aqui enterrado nessa terra. Eu tenho um compromisso com Palmas que as pessoas estão longe de saber, sabe? Então, não vai ser dinheiro de ninguém, não vai ser mando partidário que vai me afastar dessa disputa de jeito nenhum. Eu tenho que dizer que sou o pré-candidato, porque ali, assim, o obriga. Eu serei pré -candidato, passarei pelas convicções e vou ser candidato a prefeito de Palmas. Se eu vou ganhar ou não, é outro capítulo”, comentou.

Planos

Ele fala dos planos e perspectivas na construção de uma candidatura para tentar voltar comandar a capital.

“Existem pontos importantes de cada uma das gestões, contribuições importantes, mas Palmas está precisando de um político que conheça gestão, que tenha feito uma grande gestão, que conheça a cidade e que possa propor problemas e soluções para este novo tempo de Palmas. A prefeitura tem que voltar com urgência para aquele Bosque dos Pioneiros, para o Paço Municipal. É urgente. Eu sei que a prefeita Cíntia está fazendo um projeto do Paço Municipal e que o gabinete do prefeito vai ser aquele prédio onde era a prefeitura. Isso está muito bonito. Eu vi o projeto. Parabéns, prefeita. Eu quero governar de lá. Não na unidade nova a ser construída, mas dá para reformar rapidamente. E, se eu for prefeito, o Paço Municipal voltará a ser no Bosque dos Pioneiros, onde os arquitetos que fizeram Palmas marcaram. E eu entendo que nós vamos ter um primeiro dia memorável. O meu primeiro dia, em 1993, foi a criação da Guarda Metropolitana, foi a criação dos Amigos do Meio Ambiente. Foram decretos que encheram a população de alegria. Está faltando um banho de cidadania, está faltando um banho de inclusão social e é o que eu pretendo dar”, comentou.

Eduardo falou que pretende construir, se vencer as eleições, um quadrilhodromo. “depois de lançar o edital de construção do hospital de urgência e emergência, das 10 creches, da inclusão social dessas 10 mil famílias inicialmente, nós vamos fazer muita coisa e eu daria ao meu pai o sonho e eu peço muito a Deus que meu pai segure firme até ele ver o filho assinar o projeto do VLT, não é BRT. É um veículo leve sob trilhos que nós vamos fazer. A construção do quadrilhódromo, eu quero que ele assista a ordem de serviços do hospital de urgência e emergência de Palmas”, disse.

Ele termina dizendo: “um dos sonhos de Siqueira Campos, me permita, é me ver prefeito dessa cidade, e ele há de ver”.

Ouça em podcast:

Nesta segunda-feira, 22, a websérie Gestão de Gestões de Palmas, traz entrevista com a rs gestora Nilmar Ruiz.

Assista a entrevista de Eduardo: