Lucas Eurilio – Repórter Gazeta do Cerrado
O cinema tocantinense tem ganhado destaque nacional, por suas produções independentes e criativas. A cultura, os costumes e crenças do povo tocantinense são retratadas em filmes, curtas- metragens e documentários.
Dessa vez, o premiado foi o Gigante de Palmas, que conta a história, de forma poética do trabalho de elaboração, confecção e manipulação de bonecos gigantes que desfilam no distrito de Taquaruçu há cerca de 18 anos.
Os bonecos são confeccionados na Aldeia Taboka Grande, já o curta metragem foi produzido pelo cineasta Wertem Nunes e mostra também o empenho de Whetemberg Nunes, seu pai, e da sua família na construção do espetáculo.
Segundo o cineasta o curta-metragem será lançado já no início de 2019.
O empenho do Pai
A produção ganhou o prêmio de Melhor Filme no 5º Festival de Cinema de Vera Cruz em Goiânia e deverá ser lançando já no início de 2019. Wertem disse que a ideia de fazer o documentário surgiu porque a família sempre almejou expor o trabalho que é realizado na Aldeia.
“Além da cobrança de outros amigos cineastas, meu pai queria mostrar pra todo mundo o trabalho da Aldeia. Queríamos um material para circular o Brasil”, disse à Gazeta.
Segundo Wertem, o pai começou a fazer pesquisas sobre os bonecos, ventríloquos, bonecos gigantes e cultura popular ainda em 1990, quando o cineasta era apenas uma criança.
“Vendo meu pai trabalhar durante a minha infância, comecei a produzir já com outro olhar. Nós começamos a fazer esses bonecos em Goiás, passamos por Brasília, Espírito Santo, aí voltamos ao Tocantins e aqui concluímos essa pesquisa foi quando criamos o espetáculo Gigantes de Palmas”.
Wertem disse ainda, que o curta-metragem foi exibido durante uma mostra em Goiânia e que ficou muito feliz em receber a notícia de que tinha sido premiado.
“Um prêmio público é um indício de que o filme chegou até as pessoas, se comunicou com o público. Assim que eu recebi a notícia, fiquei muito lisonjeado. Então assim, conseguiu alcançar um público que não é de cinema e isso me deixou muito feliz”, relatou.
Sobre as dificuldades
O filme foi produzido após o cineasta ser contemplado pelo Edital PROCINE – Palmas nº 003/2015/FCP/FSA – Fundo Municipal de Apoio à Cultura/Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), BRDE, Prefeitura de Palmas e Fundação Cultural de Palmas.
O cineasta disse que é preciso esperar e ressaltou que toda produção audiovisual no país é uma grande conquista.
“A produção foi muito difícil. Eu costumo dizer quando alguns colegas fazem algum filme ou curta metragem de ficção, sempre vem com aquele medo, que nós realizadores temos de não dar certo, eu digo, qualquer realização audiovisual nesse país é uma grande conquista”.
“Como se trata de uma manifestação sazonal, ou seja, acontece só uma vez no ano, tinha aquela dificuldade com relação entrar o recurso pra casar com a data do espetáculo que acontece na época do Carnaval e ao mesmo tempo mostrar mais do trabalho que realizamos durante o ano”.