Comitê de energia debate a proposta nesta quinta-feira (19/9). Governo vê como “muito provável” retorno do horário de verão

 

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) se reúne nesta quinta-feira (19/9) para discutir o retorno do horário de verão. A proposta é defendida pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, como uma alternativa para reduzir o consumo de energia frente à seca histórica que o país enfrenta e que pressiona os reservatórios das usinas hidrelétricas.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que compõe o grupo, apresentará um estudo sobre os resultados de economia de energia com a volta da medida em 2024. A reunião extraordinária do CMSE está prevista para às 13h30, no Rio de Janeiro.
O comitê é composto por membros do Ministério de Minas e Energia; da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); da Agência Nacional do Petróleo (ANP); da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE); da Empresa de Pesquisa Energética (EPE); e do ONS.

Uma eventual retomada da medida, que adianta uma hora no relógio de parte do Brasil, ocorre em meio a uma seca severa no país, responsável por reduzir o nível dos reservatórios.

Ao Metrópoles, fontes do governo federal indicaram ser “muito provável” a implementação do horário de verão no Brasil.

A medida ainda deve ser analisada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que baterá o martelo sobre a questão.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem conversado com outras pastas sobre os reflexos da adoção do horário de verão. Ele deve marcar uma reunião com Lula após receber os estudos do ONS.

Ainda de acordo com integrantes do governo, a ideia da volta do horário de verão é distensionar o Sistema Interligado Nacional (SIN) de transmissão de energia durante o horário de pico, quando as famílias retornam às casas e aumentam consideravelmente o consumo de energia.

 

Repercussão

Recentemente, o titular de Minas e Energia afirmou que o retorno da medida é “muito provável” e pode ser implementado em cerca de 30 dias.

“O horário de verão costuma aquecer muito algumas áreas do comércio, turismo, bares e restaurantes. Nós estamos vivendo um momento muito bom para a economia brasileira com a inflação baixa, menor taxa de desemprego formal da história, o Brasil cresce muito rápido. Então, nós vamos avaliar o contexto e é muito provável que a gente proponha o horário de verão ao governo para uma decisão final”, afirmou Silveira, em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais.

Quem também já defendeu a mudança foi o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O vice-presidente disse que a volta pode ser uma “boa alternativa” para reduzir a pressão sobre o setor de energia.

“Não vai faltar energia, mas nós precisamos todos ajudar. Horário de verão pode ser uma boa alternativa para você poupar energia. Campanha para você economizar energia [é outra alternativa], você procurar desperdício. Ajuda também. Você tem várias alternativas”, disse Alckmin.

 

Retomada do horário de verão pode ser “aliada”

Metrópoles conversou com especialistas que dizem acreditar que a volta do horário de verão pode ser um aliado, ao oferecer ganho na produção energética, mas que a curto prazo não será a solução para o período de seca extrema do país.

Adotado em vários países do mundo, ele tem como objetivo economizar o consumo de energia elétrica no horário de pico.

Com isso, a população encerra suas atividades do dia ainda com a incidência da luz solar. Assim, evita que vários equipamentos estejam ligados quando é acionada a iluminação noturna.

Antes de ser extinto pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) em abril de 2019, o horário de verão vigorava entre os meses de outubro e fevereiro nas seguintes partes do país:

  • Distrito Federal;
  • Espírito Santo;
  • Goiás;
  • Mato Grosso;
  • Mato Grosso do Sul;
  • Minas Gerais;
  • Paraná;
  • Rio de Janeiro;
  • Rio Grande do Sul;
  • Santa Catarina; e
  • São Paulo.

 

(Fonte: Metrópoles)