Montagem Gazeta do Cerrado

Maju Cotrim

Este ano atípico na política do Estado com mais um afastamento de governador foi com certeza também intenso nas trocas de farpas entre grupos políticos e contra o governo do gestor afastado, Mauro Carlesse.

Teve indiretas por Twitter, vídeos nas redes, lavação de roupa em meio de evento e o clima esquentou entre vários políticos.

Vamos lembrar algumas das tretas deste ano:

Kátia X Carlesse: um fight intenso

Foi um ano de embates entre o governador afastado Mauro Carlesse (PSL) e a senadora Kátia Abreu (PP). Dentre vários assuntos um deles envolveu a situação caótica das rodovias estaduais, motivo de reclamação da senadora.

Após um vídeo em que a senadora diz para o governador: “largue a frigideira de peixe frito, a melancia de frango e venha fazer seu trabalho”, Carlesse elevou o tom das críticas em sua resposta e disparou: “a senhora não mandou 1 real, nem seu filho”.

A senadora Kátia Abreu (Progressistas) também recorreu às redes sociais para fazer coro às críticas ao modo com que o Executivo tratou a proposta, afirmando ainda que Mauro Carlesse “não é dono do Jalapão”. “Tudo que esse governo faz é errado. Sem transparência, sem participação das comunidades, só visando interesse próprio. O que poderia até ser uma boa ideia, o governo estraga com sua incompetência e falta de credibilidade. Não iremos permitir. A justiça nos protegerá”, sugere.

Carlesse e bancada

Alias, o governador Carlesse passou maior parte do ano atacando membros da bancada federal em alguns discursos por onde passou. Em junho, A ofensiva do governador Mauro Carlesse (PSL) a opositores em pronunciamento durante vistoria no Hospital Geral de Gurupi (HGG) na segunda-feira, 28, não foi bem recebida pela bancada federal tocantinense, um dos alvos. Os congressistas lamentaram o que classificaram como “ataques descontrolados”. Sem citar nomes, o social liberal falou da existência de um “lixo político” no Estado, sendo “o passado”; e criticou “senadores e deputados que nunca fizeram nada”.

O governador teve a postura no evento bastante questionada na época.

Na tréplica Carlesse lamentou: “para aqueles que a carapuça serviu, só posso lamentar e sugerir reflexão sobre os próprios atos”.

Célio Moura também

O deputado do PT, Célio Moura também teve um ano intenso de embates contra o Palacio na gestão de Carlesse. O deputado Célio Moura (PT) repercutiu na Tribuna da Câmara Federal a concessão dos parques estaduais do Jalapão, do Cantão, do Lajeado e o Monumento Natural das Árvores Fossilizadas . Ele chegou até a dizer: “Este governador, que quer vender tudo, que quer acabar com tudo que o Tocantins tem, agora ataca o Jalapão. Sabemos das dificuldades que aquelas pessoas que estão lá. Não faz estrada, não melhora o acesso aos locais turísticos… Infelizmente, agora, num toque de mágica, quer vender o Jalapão para empresas de fora e tirar oportunidades dos tocantinenses que lá vivem”, afirmou.

Treta com LAUREZ

O ex-prefeito de Gurupi teve um ano fazendo pré campanha e sendo que teve oportunidade quis bater no governo. Em postagem numa rede social, ele chegou a acusar o Estado de concentrar 250 mil doses de vacinas contra Covid da Secretária Estadual de Saúde. Em resposta, o secretário estadual de Saúde na época, Edgar Tollini, explicou os números e lamentou a postagem do ex-gestor.  “A SES lamenta que um ex-prefeito e ex-deputado desconheça o processo de imunização da população a qual representou por tantos anos” rebateu o então secretário de Saúde, Edgar Tollini na época. O assunto rendeu!

Torta de climão em Porto

Um dos episódios públicos de treta entre políticos este ano a Gazeta esteve presente e noticiou em primeira mão. No Centro de Convenções de Porto Nacional o deputado federal Vicentinho Júnior (PL) e governador Mauro Carlesse (PSL) se estranharam publicamente. Numa solenidade com a presença do ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, Vicentinho resolveu rebater Carlesse, que em discurso na solenidade anterior pediu, no tom conciliador para o parlamentar deixar de ranço: “Vamos tirar esse ranço, chefe. Vamos tocar pra frente”.

Em seu discurso no Centro de Convenções, Vicentinho, ao defender que a PEC dos Pioneiros não vai quebrar o Estado, risco projetado pelo Palácio Araguaia, acusou o governo Carlesse de superfaturar máscaras, camas de hospitais e cestas básicas.

Vicentinho e aliados passaram a gritar “mentiroso” para o governador. Um deles disse: “Você nem é daqui”, com o que o governador respondeu: “Sou só o governador do Estado, chefe. Eu sei as informações”.

Vicentinho sempre criticou atos do governo e quando ele foi afastado desabafou na tribuna:
“Sr. Presidente, há 1 mês e pouco, veio a consagração de uma luta de 3 anos, 4 meses e 15 dias de meu mandato como Deputado Federal quando, por decisão do Ministro Mário Campbell, chancelada por unanimidade do pleno do STJ, mostrou-se à luz do dia o que era a rotina dessa organização criminosa que estava instalada no seio, na intimidade do Palácio Araguaia no meu Estado de Tocantins. Eram tamanhos absurdos o que lá se fazia”, comentou. Ele entrou com ações contra Carlesse por suspeita de “arapongagem”.

Guerra política na Câmara

A Câmara de Palmas teve também um ano agitado com registro de vários bate bocas entre a presidente Janad Valcari e alguns vereadores e até contra a prefeita Cínthia Ribeiro.

Em março deste ano Janad chegou a chamar o vereador Folha, aliado da prefeita Cinthia Ribeiro, de “Office boy de prefeita”.
Ela respondeu ainda o vereador líder da prefeita, Rogério Freitas ironizando durante uma votação .

Teve sarcasmo, ataques e frases como “se grito resolvesse alguma coisa, leitão não morria”, “Vereador Folha Oficce Boy da Prefeita”, “Caminhão carregado de honestidade”, “Vereador que apareceu ai nas telinhas da Globo”, “Dupla perfeita como Bebeto e Romário”.

Janad também teve episódios pelas redes com a prefeita Cínthia, um deles por causa do envio de um Projeto de Lei à câmara municipal, que autorizava a prefeitura a comprar vacinas contra a covid-19.

Geo X Toinho

TRETA NA AL: Na Tribuna, Júnior Geo fez críticas a situação do Hospital de Porto e Antonio Andrade disparou: “Aqui não é Big Brother não”. O embate foi durante uma sessão na Casa de Leis.

O debate começou após Geo ter usado a Tribuna para informar que visitou o Hospital Regional de Porto Nacional. Ele afirmou que foi até a unidade, após denúncias recebidas.
“Se recusaram que eu tivesse acesso a qualquer funcionário ou a qualquer informação”, declarou. Em resposta, Andrade afirmou que não é função de um deputado chegar em órgão de Estado pedindo relação de funcionários : “Vossa Excelência é um grande Deputado, mas fazer oposição por benefício próprio? Aqui não é Big Brother não”, destacou.

Cínthia no Twitter

A prefeita de Palmas, Cínthia Ribeiro , sempre
Usa o Twitter para criticar alguns episódios e até o presidente Jair Bolsonaro. Ela se manifestou, por exemplo, quando ele mandou uma jornalista calar a boca. televisão.
“Ah se gritos resolvessem os problemas do Brasil … “Cala boca”? Atitude autoritária e covarde. Lastimável o desequilibro de quem deveria comandar um processo p/ nos tirar desse cenário de guerra. Não bastasse tanta dor, tantas mortes, tantas perdas. Vivemos dias de horrores”, chegou a dizer em junto deste ano.

Em maio ela se manifestou também durante passagem relâmpago do presidente Bolsonaro por Palmas que reuniu centenas de apoiadores, muitos sem máscaras.
“O que dizer sobre uma aglomeração orquestrada para disseminar a Covid-19 e antecipar uma possível 3ª onda? Só espero quando o caos se instalar, os organizadores do ‘cavalo de Tróia’ tenham sido identificados e responsabilizados. Que tragam socorro imediato para salvar vidas”, disse.

ATM se manifestou forte

A ATM através de notas também fez críticas a algumas decisões tomadas sem ouvir os municípios como o retorno das aulas, por exemplo.

Em nota enviada à imprensa tocantinense, em junho deste ano, por exemplo, a Associação Tocantinense dos Municípios – ATM se posicionou sobre as declarações do então governador Mauro Carlesse, de que estaria ocorrendo demora das prefeituras em buscar as vacinas contra Covid-19.  No texto, a entidade diz que a maioria dos prefeitos concordam que o governador deu uma ‘declaração infeliz’, e que os prefeitos ‘não têm medido esforços para buscar os imunizantes’.