Dado aponta redução dos riscos para os bebês que nascem na maior maternidade pública do TO
Quem já foi pai ou mãe de primeira viagem sabe como o parto e os primeiros dias de vida da criança podem ser preocupantes. Afinal, antes o bebê estava totalmente protegido e em um ambiente onde tinha tudo o que precisava para se desenvolver de forma saudável, mas a partir do nascimento, isso depende dos profissionais da saúde e também dos pais. E a preocupação não é descabida. Só no ano passado, foram registradas 20,2 mil mortes infantis e fetais consideradas evitáveis no país, segundo dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade Infantil e Fetal.
Apesar do número ainda ser preocupante, a tendência é de queda na mortalidade infantil, já que o Brasil registrou, em 2023, a menor taxa de mortalidade infantil e fetal – até 1 ano de idade – por causas evitáveis dos últimos 28 anos. Entre os possíveis motivos da redução está a maior atenção dada aos processos de biossegurança dentro de maternidades como o Dona Regina (HMDR), que é a maior maternidade pública do estado e é onde nasceram, de janeiro a maio deste ano, mais de 2 mil bebês (2.062), de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES).
Se as infecções hospitalares são um grande perigo para qualquer paciente, ainda que adulto e com o sistema imunológico já formado, nas crianças que ainda estão desenvolvendo as defesas do organismo, o risco se torna ainda maior, especialmente quando se trata de recém-nascidos. Por isso, os indicadores do Dona Regina são motivo de comemoração para a saúde do Estado. Nos cinco primeiros meses do ano, a taxa de infecção hospitalar da unidade teve baixa de 10,24% comparando com o mesmo período de 2023.
De acordo com a infectologista da SES-TO, Maribel Fernández, o cumprimento de medidas de prevenção são essenciais para diminuir o risco de infecções. “Em geral, a esterilização de materiais tem um papel essencial para manter os índices de infecção hospitalar baixos, já que elimina patógenos envolvidos nas infecções de sítio cirúrgico. A esterilização adequada dos materiais utilizados durante os procedimentos cirúrgicos diminui o risco de infecções, promovendo a segurança dos pacientes e a qualidade dos cuidados oferecidos”, afirma.
Por trás da redução das infecções hospitalares está um trabalho intenso desenvolvido pela Bioplus, que é responsável pela esterilização de materiais hospitalares da maternidade, como explica o diretor de operações da Bioplus, Sérgio Pacheco. “Nós já processamos 54 mil materiais do Dona Regina esse ano, estão incluídos nesse número instrumentos cirúrgicos, lençóis, cabos, perfuradores, roupas privativas e uma infinidade de outros itens, sem os quais uma maternidade não tem condições de funcionar. Esse processamento é realizado com máquinas do mais alto padrão, capazes de eliminar agentes biológicos que possam fazer mal aos bebês, às mães e até aos próprios profissionais da unidade”, afirma o gestor. Segundo ele, tudo isso garante que todos os riscos evitáveis sejam, de fato, eliminados e as crianças saiam da maternidade nos braços de suas famílias, como deve ser.