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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira, 15, os resultados da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2021. Com destaque para soja, o valor da produção das principais culturas chegou a mais de R$ 14,2 bilhões, com um crescimento recorde de 74% em relação ao ano anterior. A área plantada teve incremento de 17,3% frente a 2020, totalizando mais de 1,8 milhão de hectares. A área colhida também expandiu de 1,5 milhão para 1,8 milhão de hectares no ano passado (mais 17,2%).
A PAM contempla os principais produtos da agricultura nacional, com detalhamento por cidade. A pesquisa é uma das principais fontes de estatísticas municipais, levantando informações sobre área plantada, área destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio obtido e valor da produção das culturas temporárias e permanentes, com informações relevantes para os planejamentos público e privado desse segmento econômico.
Entre as culturas que mais contribuíram para o saldo positivo agrícola no Tocantins, destaque para a soja. O valor de produção do grão passou de R$ 4,6 bilhões para R$ 9,6 bilhões, um salto de 107%. Já o aumento da área colhida foi de 21,6% e da safra de 22%. O milho em grão apresentou crescimento de 5,5% na safra, atingindo mais de 1,5 milhão de toneladas. Já o valor da produção cresceu 74%, passando de R$ 1,2 bilhão para R$ 2 bilhões.
O arroz em casca tocantinense, apesar de ser destaque nacional e local, registrou queda de 6% no valor de produção, passando de R$ 1,09 bilhão para R$ 1,03 bilhão. A quantidade produzida também caiu (-2,7%). Tocantins, contudo, novamente figurou como o terceiro maior produtor de arroz do Brasil, com maior representatividade em Lagoa da Confusão – sétimo no ranking de todos os municípios do país. Formoso do Araguaia figurou em 18º no ranking.
A mandioca registrou expansão no valor da produção, com salto de 50,5%. A quantidade produzida da raiz tuberosa, por sua vez, teve alta de 13,1%. A cana-de-açúcar também se sobressaiu no estado em 2021. Entre todas as culturas pesquisadas, ela ficou em segundo no ranking da produção: 2,2 milhões de toneladas, perdendo apenas para a soja. Mas ainda assim a safra foi menor do que em 2020, com recuo de 4%.No valor da produção, o incremento foi de 17,7%.
De acordo com a pesquisa, o abacaxi registrou queda na produtividade (-1,2%), mas teve crescimento no valor da produção (32%). A melancia teve redução de 29,7% na safra e queda de 20,3% no valor da produção, passando de R$ 246 milhões para R$ 196 milhões. Essas são as duas frutíferas mais cultivadas no Tocantins. Na comparação nacional, o estado é o 5º maior produtor de abacaxi e o 6º maior produtor de melancia. Já Lagoa da Confusão é o terceiro no ranking dos municípios do país com maior valor da produção de melancia. Em relação ao abacaxi, o destaque foi para Miracema do Tocantins (3º no ranking).
Valor da produção
No ranking das 10 culturas que mais geraram valor de produção no Tocantins houve cinco alterações em 2021. O abacaxi passou a melancia, chegando à sexta colocação. A melancia caiu para oitava posição. O feijão subiu para sétima posição. O algodão herbáceo caiu para 11ª colocação, dando lugar para o sorgo, que figurou na nona posição do ranking. A banana em cacho permaneceu na 10ª colocação.
A soja mais uma vez figurou na primeira posição do ranking, integrando uma fatia de mais da metade do total do valor da produção do estado (67,7%). Na sequência, aparecem o milho (14,3%), o arroz em casca (7,2%), a mandioca (2,9%), a cana-de-açúcar (2,0%), o abacaxi (1,43%), o feijão (1,42%), melancia (1,38%), sorgo (0,48%) e banana (0,46%). Os 10 principais produtos juntos corresponderam a 99,3% (R$ 14,1 bilhões) do total gerado pela agricultura tocantinense, no ano passado.
Participação do Tocantins
Considerando as 27 Unidades da Federação, o Tocantins se manteve em 11º lugar no ranking de valor da produção agrícola total do país e ficou atrás apenas do Pará, entre os estados da Região Norte. Com destaque para a soja e o milho, em 2020 a participação tocantinense foi de uma fatia de 1,7%, já em 2021 apresentou expansão de 0,2 ponto percentual, chegando a 1,9%.
A Unidade da Federação com maior valor de produção foi o Mato Grosso, maior produtor de soja, milho e algodão do país. Cerca de 1/5 (20,4%) do valor de produção agrícola do país se concentra no estado. Em seguida, com um aumento de 138,4% no valor de produção, o Rio Grande do Sul alcançou R$ 90,8 bilhões. O estado mostrou recuperação na safra de soja, após perdas em 2020, e sua participação no valor de produção nacional passou de 8,1% em 2020 para 12,2% em 2021. Já São Paulo, com R$ 84,1 bilhões, ficou em 3º lugar. Apesar do aumento de 23,7%, São Paulo perdeu participação no valor de produção nacional, passando de 14,5% para 11,3%.
Cenário nacional
O valor de produção das principais culturas agrícolas do país atingiu o recorde de R$ 743,3 bilhões em 2021, um crescimento de 58,6% em relação ao ano anterior. A safra de grãos, por sua vez, após dois anos seguidos de recordes na série histórica, mostrou uma ligeira redução de 0,4%, totalizando 254,4 milhões de toneladas. A área plantada do país, considerando todas as culturas, totalizou 86,7 milhões de hectares, uma ampliação de 3,3 milhões de hectares, 3,9% superior na comparação com 2020.
“O ano de 2021 ainda foi marcado pelos reflexos da pandemia de Covid-19, que trouxe como consequência uma elevada demanda das commodities agrícolas ao redor do mundo e a valorização do Dólar frente ao Real. Essa situação resultou também na disparada dos preços agrícolas em 2021 na comparação com o ano anterior”, explicou Winicius de Lima Wagner, supervisor da pesquisa.
Fonte – IBGE-TO