O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu início nesta segunda-feira, 20, em todos os municípios do Tocantins e demais Unidades da Federação, a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios. Ela integra as etapas de preparação do Censo Demográfico 2022 e marca o início das operações urbanas do levantamento. Trata-se de uma coleta de dados sobre infraestrutura (arruamento, calçamento, drenagem pluvial, arborização etc.) que vai ser realizada até o dia 12 de julho.
Este é o primeiro momento em que um servidor do IBGE percorre o setor censitário, avaliando também recentes atualizações do mapa do setor e fazendo a identificação de avenidas e ruas. Em todo país, a Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios conta com 22.745 agentes censitários. Eles vão visitar 326.643 setores censitários, nos 5.570 municípios. No Tocantins, o levantamento vai ser realizado nos 139 municípios, em 2.483 setores censitários, por 200 supervisores.
“A Pesquisa do Entorno é o marco oficial do início da operação do Censo Demográfico 2022, que entra em campo em 1º de agosto. Ainda não é o recenseador passando de porta em porta, realizando as entrevistas, mas é a primeira operação pública de coleta de informações do Censo”, explica Cláudio Stenner, diretor de Geociências do IBGE. Ele ressalta que nesta etapa não há nenhum tipo de entrevista: a pesquisa é feita somente pela observação dos quesitos nas áreas públicas dos setores censitários.
Serão investigados dez quesitos, sendo três deles inéditos, isto é, que não foram investigados nem no Censo 2010 nem na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD): capacidade da via, pavimentação da via, bueiro/boca de Lobo, iluminação pública, ponto de ônibus/van, via sinalizada para bicicletas, existência de calçada, obstáculo na calçada, rampa para cadeirante e arborização.
“Os novos quesitos da pesquisa em relação àquela feita no Censo 2010 são ponto de ônibus/van e via sinalizada para bicicletas, que estão relacionados à questão da mobilidade urbana, e presença de obstáculo na calçada, que está relacionada à acessibilidade”, indica Filipe Borsani, supervisor técnico da pesquisa. “Além disso, houve a ampliação do quesito capacidade da via, que antes era perguntado apenas no Levantamento de Informações Territoriais (LIT)”, complementa.
Os quesitos investigados servem de subsídio para uma série de políticas públicas nas três esferas de governo, envolvendo saneamento básico, mobilidade urbana, inclusão social, segurança pública e meio ambiente, entre outros temas. Durante o levantamento, o agente censitário também apura características significativas para o posterior trabalho do recenseador, como por exemplo: novos logradouros, novos edifícios, melhor forma de acesso ao setor, ou seja, é uma etapa muito importante para garantir a cobertura da coleta nos domicílios.
A Pesquisa do Entorno vai abranger, pela primeira vez, todos os aglomerados subnormais localizados nas áreas urbanas, independentemente de terem arruamento regular ou não. No Brasil, os aglomerados subnormais são conhecidos por diversos nomes como favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, loteamentos irregulares, mocambos e palafitas, entre outros. “Em 2010, entraram apenas os aglomerados que possuíam arruamento regular. Agora, vamos utilizar uma nova metodologia para fazer a identificação do percurso em áreas labirínticas e sem sinal de GPS”, explica o supervisor técnico da pesquisa.
A pesquisa é feita em toda a área urbana pública do país. “Para as áreas rurais, a atualização dos mapas é realizada durante a coleta do Censo, através da supervisão no SIGC (programa de acompanhamento) e do monitoramento geoespacial da coleta”, explica Maikon Novaes, gerente de Regionalização e Classificações Territoriais. “Vamos visitar áreas remotas, áreas de municípios pequenos, não importa: todo os municípios do país serão contemplados”, garante.