O IBGE inicia em parceria com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) do Ministério da Saúde, a coleta da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS). Só no Tocantins, a amostra irá até 3.254 domicílios em todas as regiões do estado, distribuídos em 71 municípios, tanto na zona urbana quanto rural. No Brasil, serão visitados aproximadamente 133 mil domicílios, distribuídos em mais de 2.500 municípios em todo o país.
O levantamento ocorrerá durante os próximos quatro meses e, além de investigar características gerais dos moradores e domicílios – como educação, trabalho e rendimento –, a PNDS 2023 tem perguntas sobre avaliação do estado de saúde e satisfação com o atendimento no serviço de saúde; situações da vida familiar, como uniões, planejamento reprodutivo, filhos, realização de pré-natal, conhecimento e uso de métodos contraceptivos, entre outros; saúde e nutrição das crianças de até cinco anos; e questões da vida individual de homens e mulheres. Além disso, pela primeira vez, o IBGE perguntará tanto a orientação sexual quanto a identidade de gênero dos brasileiros.
Como garantia de conforto na abordagem dos temas referentes à pesquisa, as entrevistas de mulheres serão realizadas por mulheres e as de homens por entrevistadores homens. A PNDS foi elaborada com base na Demographic and Health Surveys (DHS), pesquisa aplicada em mais de 90 países.
 
Novidades metodológicas
A PNDS apresenta algumas novidades metodológicas. Após a abertura do domicílio e a identificação de seus moradores, caso haja moradores em idade reprodutiva (homens de 15 a 59 anos e mulheres de 15 a 49 anos), o dispositivo de coleta fará a seleção automática e aleatória de um ou dois moradores para responderem aos quesitos individuais específicos. Caso não haja moradores em idade reprodutiva, a entrevista é encerrada. A seleção do informante é importante para permitir que a própria pessoa seja responsável por responder sobre sua saúde, seus conhecimentos e suas escolhas.
Adicionalmente, a PNDS adota um formato de coleta onde a entrevista de mulher é feita por uma entrevistadora e a de homem por um entrevistador. Essa escolha metodológica busca garantir que os informantes respondam confortavelmente sobre os diversos temas da pesquisa.
PNDS e outras pesquisas sobre saúde no IBGE
Alguns dos temas da PNDS 2023 já foram investigados em pesquisas sobre saúde do IBGE, como a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e módulos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
Com abordagem mais detalhada, temáticas diversificadas e desenho metodológico específico, a PNDS 2023 representa um avanço tanto nas pesquisas do IBGE sobre saúde quanto em relação a edições anteriores da própria pesquisa no país que não foram realizadas pelo IBGE. É valido ressaltar que a PNDS é uma pesquisa domiciliar amostral, ou seja, entrevista somente alguns domicílios que foram selecionados por métodos estatísticos para representar o país.
Na entrevista com o(s) morador(es) selecionado(s) a temática de saúde se inicia com a captação da percepção dos informantes sobre seu estado de saúde físico e mental, a procura por atendimento em unidades básicas de saúde (postos de saúde) e, em caso de acesso a esse atendimento, a avaliação do atendimento recebido.
O tema da fecundidade é abordado a partir do registro das informações de todos os filhos tidos por homens e mulheres. Já no campo da contracepção, investiga-se o conhecimento de vários tipos de métodos contraceptivos, assim como, a decisão de utilizá-los e as formas de obtenção. Também se aborda as intenções futuras de homens e mulheres sobre ter filhos, sua percepção do número ideal de filhos e outras informações relativas ao planejamento reprodutivo.
Há um módulo específico para tratar sobre o pré-natal e parto realizado pelas mulheres, de forma a identificar se os protocolos de pré-natal estão sendo feitos, se a mulher teve gravidez de risco, qual era o desejo inicial sobre o parto e qual tipo de parto foi realizado, entre outras informações. O tema de pré-natal também é abordado para o homem, na busca de saber se houve participação e a intensidade dessa participação, assim se houve acompanhamento do pai no parto.
A saúde da criança até 5 anos é tema de destaque na PNDS. São levantados dados sobre alimentação, hábitos de uso de telas, atividades do desenvolvimento da criança e sobre o acometimento de doenças frequentes na infância (febre, tosse, diarreia, infecções respiratórias agudas). Para as crianças até 3 anos, são coletas informações sobre exames de triagem neonatais (teste do pezinho, orelhinha, olhinho e coraçãozinho), além do registro das vacinas tomadas.
Por fim, pela primeira vez, o IBGE perguntará tanto a orientação sexual quanto a identidade de gênero dos moradores selecionados com 18 anos ou mais. Essa informação é uma demanda da sociedade civil, a qual o IBGE ratifica a importância de sua captação.
Mais sobre a pesquisa
Esta é a quarta rodada da pesquisa no país, que já teve edições nacionais em 1986, 1996 e 2006. No entanto, não há dados comparáveis entre as edições, já que essa é a primeira vez que o levantamento é realizado pelo IBGE, estando totalmente inserido no Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares do Instituto.
O levantamento brasileiro foi balizado na 8ª rodada da Demographic and Health Surveys (DHS) Program, investigação implementada pela United States Agency for International Development (USAID) em 1984 e, desde então, realizada em mais de 90 países em desenvolvimento.
A divulgação dos primeiros resultados está prevista para ocorrer no último trimestre de 2024. Devem ser divulgados dados para os níveis de país, unidades da federação, regiões metropolitanas e capitais.
Identificação do entrevistador
Os entrevistadores do IBGE estarão portando crachá de identificação e dispositivo de coleta. É possível confirmar a identidade do agente do IBGE no site Respondendo ao IBGE ou pelo telefone 0800 721 8181. Para realizar a confirmação, o cidadão deve fornecer o nome, matrícula ou CPF do entrevistador.
Fonte – Ascom IBGE