Uma trágica invasão domiciliar que resultou na morte de Carlos André Costa Soares, de apenas 5 anos, com um tiro no pescoço, teve avanços na investigação com a identificação dos três homens suspeitos do crime. O terrível incidente ocorreu em março deste ano, dentro de uma residência no Jardim Aureny I, em Palmas. Além do menino, o padrasto Daniel Silva do Nascimento, de 22 anos, também foi baleado e veio a falecer cinco dias depois no Hospital Geral de Palmas (HGP).
O caso ocorreu por volta das 16 horas do dia 30 de março, quando os homens invadiram a casa e abriram fogo contra os presentes. Além do pequeno Carlos André, o irmão adolescente de Daniel, de 17 anos, e a irmã de 7 anos do menino também foram atingidos pelos disparos, mas conseguiram sobreviver.
Após uma minuciosa investigação, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão preventiva contra um homem de 33 anos e outros dois de 21 anos. Surpreendentemente, os três já estavam detidos na Unidade Penal de Palmas antes mesmo da execução dos mandados. Contudo, dois dos suspeitos respondiam por outros crimes, e um deles estava prestes a ser solto no dia 13 de outubro, ao término da prisão temporária solicitada na investigação do caso Aureny I. A fim de evitar sua liberação, foi requerida e autorizada a prisão preventiva pela Justiça.
Além do homicídio do menino Carlos André e do padrasto Daniel, os três suspeitos também enfrentarão acusações por duas tentativas de homicídio contra o irmão de Daniel, de 17 anos, e a irmã de 7 anos.
A Polícia Civil apurou que, no dia do crime, dois dos suspeitos abordaram a mãe de Carlos André na porta da casa para obter informações sobre os moradores. Eles estariam procurando membros de um grupo criminoso rival. Ao se identificarem como policiais e ordenarem que todos colocassem as mãos na cabeça, o irmão de Daniel teria percebido a situação e desobedeceu às ordens, desencadeando os disparos dentro da residência. A esposa de Daniel suplicou para que eles não ferissem as crianças presentes. Após os tiros, os criminosos fugiram do local.
Carlos André foi atingido no pescoço e faleceu no quarto da casa. A perícia constatou marcas indicando que o menino teria corrido com medo, mas mesmo assim foi alvejado.
Daniel, também ferido por disparos, foi internado no HGP, onde veio a óbito no dia 5 de abril. O irmão de Daniel tentou fugir ao pular o muro da residência, mas acabou sendo resgatado e levado ao HGP.
Durante as investigações, descobriu-se que um terceiro homem estava presente na casa e conseguiu se esconder debaixo de uma cama, escapando ileso. A mãe das crianças também não sofreu ferimentos e acompanhou a filha de 7 anos no atendimento na Unidade Pronto Atendimento (UPA Sul).
As investigações revelaram ainda que um carro branco que passou pela rua onde ocorreu o crime estava relacionado aos três suspeitos. Imagens de câmeras de segurança registraram o veículo, que desapareceu das imagens antes de dois dos suspeitos entrarem na casa e depois serem vistos correndo em direção ao local onde o carro supostamente estava estacionado. Outra câmera, localizada em um posto de combustível, capturou o momento em que eles pararam para abastecer, e um deles entrou na conveniência. Assim, o rosto do indivíduo que estaria dirigindo o carro branco na rua do crime foi registrado, correspondendo ao homem de 33 anos.
Dois dias após os assassinatos, o carro foi abandonado na BR-010, contendo documentos do homem identificado nas imagens da conveniência do posto.
Em 15 de maio, esse homem foi preso e confessou ser o motorista do veículo branco. A polícia descobriu que ele deveria estar usando uma tornozeleira eletrônica, pois já cumpria pena. Entretanto, o equipamento foi entregue à Polícia Penal pela mãe do suspeito em 8 de março.
Os outros dois suspeitos identificados, que teriam invadido a casa e efetuado os disparos, já haviam sido detidos pela Guarda Metropolitana no dia 12 de maio deste ano. Na ocasião, estavam acompanhados por mais três suspeitos e portavam armas de fogo na região sul de Palmas.
Além dos assassinatos do menino e do padrasto, a dupla também está sendo investigada por seu envolvimento na morte do motoboy Ayrton Evangelista de Araújo, ocorrida em 9 de maio na capital. Segundo relatos, a vítima suplicou por sua vida.
Além dos homicídios, os três suspeitos serão indiciados por duas tentativas de homicídio contra o irmão de Daniel e a menina de 7 anos, irmã do pequeno Carlos André.