Nos últimos quatro meses, o Tocantins tem enfrentado um aumento significativo no número de queimadas. De acordo com o sistema de monitoramento via satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados mais de 1.775 focos de incêndio apenas em agosto, com cinco dias ainda restantes para o fim do mês.
Os dados, obtidos do BD Queimadas do Inpe nesta segunda-feira, 26, revelam que o município de Lagoa da Confusão lidera com 233 focos, seguido por Pium (140) e Formoso do Araguaia (137). No acumulado de janeiro a agosto, foram identificados 7.141 focos de incêndio no estado, com um aumento expressivo a partir de maio, provavelmente devido ao início do período de estiagem.
Julho foi o mês com o maior número de focos, totalizando 1.922 incêndios registrados.
A situação é especialmente preocupante em Lagoa da Confusão, onde incêndios têm atingido a Ilha do Bananal desde junho. Equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai), juntamente com a população local e indígenas das aldeias próximas, estão trabalhando incansavelmente para combater as chamas.
Na Mata do Mamão, área duramente atingida, o fogo já devastou 64 quilômetros quadrados. Com o apoio de imagens de satélite, as equipes monitoram o incêndio em tempo real, tentando conter sua expansão.
As altas temperaturas e a baixa umidade do ar são apontadas como principais causas para o aumento das queimadas. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu dois alertas de baixa umidade para o domingo, agravando ainda mais a situação.
Além das áreas florestais, o fogo também causou danos em áreas urbanas. Na última sexta-feira, um incêndio que começou em um pátio de veículos na TO-050 rapidamente se alastrou, atingindo o anexo do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) e afetando a programação de um evento de tecnologia no Centro de Convenções da capital.
A situação demanda ações emergenciais e medidas preventivas para evitar novos focos, enquanto as autoridades e a população local lutam para controlar os incêndios e proteger as áreas afetadas.