Os incêndios florestais que atingem o nordeste de Atenas, capital da Grécia, deixaram pelo menos 49 mortos e 156 feridos, de acordo com o último balanço da Defesa Civil divulgado nesta terça-feira, 24.

Moradores da região foram forçados a fugir em direção ao mar para escapar das chamas – desse incêndio que já é considerado o pior a atingir o país em mais de uma década.

O número de mortos pode aumentar, pois há feridos em estado grave e relatos de pessoas desaparecidas. O prefeito da cidade de Rafina, Evangelos Bournous, afirmou que esse número já passa de 60.

O fogo avança em três frentes na região de Ática, incluindo uma que está atualmente fora de controle perto da vila balneária de Mati, que fica a 29 km de Atenas.

As chamas destroem casas, interromperam o serviço em grandes vias de transporte e obrigam as pessoas a fugirem para se salvar. Conexões ferroviárias foram destruídas e voos foram desviados ou cancelados.

“Faremos tudo que é humanamente possível para controlá-lo”, disse o primeiro-ministro Alexis Tsipras, que estava na Bósnia e resolveu antecipar a volta à Grécia. “Estamos lidando com algo completamente diferente, acrescentou.

Centenas de bombeiros foram mobilizados para conter os incêndios. O Exército também foi convocado.

Bombeiros, soldados e moradores carregam mangueira para combater incêndio na cidade de Rafina, perto de Atenas, na Grécia, na segunda-feira (23) (Foto: Costas Baltas / Reuters)

Vilarejo foi destruído

A pequena cidade de Mati costuma atrair turistas locais, como idosos e crianças que buscam colônias de férias.

O vilarejo, onde as autoridades encontraram a maior parte dos mortos até o momento, foi destruído pelas chamas.

“Mati não existe mais nem mesmo como um pequeno povoado”, disse uma mulher à rede de televisão grega Skai. “Eu vi corpos e carros queimados. Tenho muita sorte de estar viva”, disse a moradora.

Autoridades encontraram 25 corpos em uma casa em Mati, na área entre o porto de Rafina, a 30 km de Atenas, e Nea Makri.

O porta-voz do governo, Dimitris Tzanakopoulos, afirmou na madrugada desta terça na Grécia que ao menos 16 crianças estão entre os feridos. Entre os mortos, está um bebê de 6 meses que não resistiu à intoxicação por fumaça.

Inverno seco e verão quente

Incêndios florestais não são incomuns na Grécia, mas o país teve um inverno considerado seco no início deste ano. Com as altas temperaturas no verão, houve condições ideais para o fogo se alastrar. Dezenas de pessoas morreram quando incêndios florestais devastaram o sul grego em 2007.

Vítimas

No fim da tarde de segunda-feira, um grande incêndio começou no norte e no leste de Atenas. Um prefeito local disse ter visto ao menos 100 casas e 200 carros consumidos pelas chamas.

As autoridades gregas pediram que os moradores de uma região litorânea próxima de Atenas abandonassem suas casas.

Um jornalista da agência Reuters viu ao menos quatro pessoas mortas pelo fogo em uma estrada. Eles estariam, segundo a agência, na direção de uma praia onde ficariam mais seguros.

Um fotógrafo da France Presse encontrou três corpos carbonizados embaixo de um carro perto de Rafina, 40 km a leste de Atenas. Duas pessoas morreram antes de serem transferidas a hospitais, anunciou a TV pública Ert, citando os serviços de emergência da capital, Ekav.

Homem observa chamas em incêndio florestal na cidade de Rafina, perto de Atenas, na Grécia, na segunda-feira (23) (Foto: Costas Baltas / Reuters)

Por G1