A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu 2019 como o Ano Internacional das Línguas Indígenas, e a resolução inspirou um concurso que pretende chamar a atenção para o progressivo desaparecimento desses idiomas. O objetivo é alertar para a necessidade urgente de conservar as línguas indígenas, revitalizá-las e promovê-las junto com as comunidades linguísticas – conjunto de pessoas que possuem, reconhecem e utilizam um idioma comum, seja em um espaço territorial, social ou cultural específico.

O programa IberCultura Viva e o Escritório de Representação na Guatemala da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) abriram as inscrições para o concurso de curtas-metragens “Comunidades Linguísticas: identidade e salvaguarda”. As dez produções audiovisuais selecionadas deverão receber U$ 500 dólares, cada uma.

Critérios
Podem concorrer maiores de 18 anos dos países membros do programa IberCultura Viva: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, El Salvador, Espanha, México, Peru e Uruguai. Os interessados devem se inscrever até 21 de fevereiro no site.

Os curtas devem ser inéditos, ter classificação indicativa livre e duração de 1 a 3 minutos. Além disso, podem pertencer a qualquer gênero audiovisual, como, por exemplo, documentário, ficção e animação. Para mais informações, acesse o regulamento do concurso.

Incentivo
Apesar do concurso não possibilitar que os Municípios sejam proponentes, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) alerta que as prefeituras podem divulgar o mesmo junto aos agentes culturais locais, haja vista fomentar a cadeia produtiva do audiovisual e promover a salvaguarda de línguas indígenas, estimulando a convivência frutífera e respeitosa entre as diferenças culturais que constituem o âmbito municipal.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a partir do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), reconheceu seis línguas indígenas como Referência Cultural Brasileira. A língua Asurini, que pertence ao tronco Tupi, da família linguística Tupi-Guarani, cujos falantes habitam a Terra Indígena Trocará, localizada às margens do rio Tocantins, no Município de Tucuruí, no Pará; a língua Guarani M’bya, identificada como uma das três variedades modernas da língua Guarani, da família Tupi-Guarani, tronco linguístico Tupi; e as línguas Nahukuá, Matipu, Kuikuro e Kalapalo, de família linguística Karib e falada na região do Alto Xingu, no Mato Grosso.