A Polícia Civil identificou em uma investigação, 11 suspeitos de organizarem os atos contra o resultado das eleições que ocorreram em Palmas no início de novembro. O documento é da Diretoria de Inteligência e listou quem seriam os principais líderes dos movimentos considerados ilegais e antidemocráticos. 

O documento tem 66 páginas e é dividido em cinco partes. As quatro primeiras são referentes ao ato que fechou a ponte sobre o lago entre Palmas e Luzimangues, na TO-080, por mais de três dias entre 31 de outubro e 3 de novembro.

Também foram identificados empresários que podem ter contribuído com os atos fornecendo alimentação – inclusive churrasco -, tendas, banheiros e donos de veículos que deliberadamente foram usados para bloquear o trânsito.

A última parte do relatório é dedicada à manifestação realizada na frente do 22º Batalhão do Exército, onde o grupo contava com uma estrutura completa com banheiros e até um gerador de energia.

O relatório foi enviado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, na quinta-feira (10). A Diretoria de Inteligência também sugeriu à Secretaria de Segurança Pública (SSP) que seja instaurado um inquérito para investigar os financiadores do movimento antidemocrático.

“O bloqueio ilegal das rodovias configura uma violação de trânsito. No entanto, a mobilização que ocorreu pode ser compreendida como incitação à prática de crimes contra o Estado Democrático de Direito praticado por organizações criminosas”, diz trecho do documento assinado pelo Delegado-Geral da Polícia Civil.

A SSP informou, em nota, que foram produzidos os relatórios preliminares e encaminhados para a Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) que está responsável pela investigação.

Os bloqueios com grupos contrários ao resultado das eleições começaram na madrugada de 31 de outubro, depois de confirmada a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições. Em todo o Tocantins foram mais de 20 trechos fechados ao longo de quase quatro dias.

A Polícia Rodoviária Federal informou que multou 68 manifestantes nas rodovias federais que passam pelo Tocantins. A PM não divulgou nenhum número de multas aplicadas em bloqueios nas estradas estaduais.

Fonte – g1 to