Em uma reviravolta surpreendente, um apartamento alugado em nome de um parente próximo do ex-secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Serviços Regionais de Palmas, Edmilson Vieira das Virgens, revelou-se um esconderijo de milhões em dinheiro e quase quatro quilos de joias. A descoberta ocorreu durante operações da Polícia Federal, que está investigando suspeitas de fraude em contratos públicos da Prefeitura de Palmas. Edmilson, que foi detido em flagrante na última quinta-feira (10) e posteriormente exonerado do cargo, foi liberado mediante o pagamento de uma fiança de R$ 120 mil.
O apartamento em questão está localizado na ARNE 64 (antiga 508 Norte) e foi alugado originalmente por Edmilson. No entanto, conforme a investigação da Polícia Federal, o contrato de locação foi transferido para o nome de um primo. Ainda assim, era Edmilson quem estava arrendando o imóvel e pagando o aluguel. Além disso, a polícia aponta que o secretário utilizou a conta bancária desse parente para realizar transferências no valor de R$ 180 mil para terceiros.
Durante a operação da Polícia Federal, o quarto do apartamento onde o dinheiro e as joias estavam guardados permanecia trancado, sendo acessado somente por Edmilson, conforme confirmado pelo próprio primo em depoimento à polícia. O montante descoberto na habitação se somou a R$ 44 mil em espécie e pedras preciosas encontrados na residência onde Edmilson foi localizado.
Embora liberado mediante o pagamento de fiança, a investigação segue seu curso para elucidar a origem do dinheiro encontrado e a participação exata do ex-secretário nos alegados atos de corrupção. A operação foca, principalmente, na aquisição de kits pedagógicos para escolas municipais. Um contrato no valor de R$ 14,9 milhões, realizado sem licitação, está no centro das investigações. Há suspeitas de possíveis pagamentos de propina a agentes públicos nesse contexto.
A relação próxima entre Edmilson e Fernanda Silva, secretária executiva da Educação, é um ponto de destaque na investigação. A polícia alega que Edmilson teria indicado Fernanda para o cargo com a finalidade de viabilizar o recebimento de propina. A empresa fornecedora dos kits pedagógicos teria recebido pagamento com recursos provenientes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Até o momento, a defesa de Fernanda Silva não foi localizada para comentar o assunto.