Vaga para pessoas neurodiversas no Palmas Shopping – Foto – Divulgação
Lucas Eurilio, Gazeta do Cerrado
Fábio Alves Lemes, de 45 anos, prestou depoimento na 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Vulneráveis de Palmas (DAV/Palmas), nesta terça-feira, 28, após um vídeo ser publicado nas redes sociais onde mostra ele sendo homofóbico ao confundir uma vaga de estacionamento para pessoas neurodiversas dizendo que ela seria para LGBTQIANP+.
Segundo as informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP-TO), as investigações continuam e mais informações sobre o caso serão repassadas em breve. A SSP não respondeu ao ser questionada se Fábio deve responder por crime de homofobia, tipificado na Lei Antirracismo, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
O Shopping chegou a registrar um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil para que o caso fosse investigado.
Dias após a repercussão negativa, que chegou até a páginas nacionais e com milhões de visualizações, Fábio foi identificado e disse que não tinha a intensão de ofender ninguém.
Conforme o jornalista do JTo, Lailton Costa, Fábio que foi candidato a vereador de Palmas em 2020 pediu desculpas e citou não ser preconceituoso, já que tem homossexuais na família – frase dita por uma grande maioria de pessoas homofóbicas para justificar seu preconceito.
Ainda segundo o jornalista, a Policia Civil autuou a ocorrência como prática de descriminação e preconceito, sendo as vítimas tanto o Palmas Shopping como a Comunidade LGBTQIAPN+.
O vídeo
Fábio disse ao também o vídeo foi divulgado nas redes sociais por pura maldade, já que segundo ele mesmo, estava embriagado e enviou a gravação apenas para um grupo de amigos no WhatsApp.
As imagens viralizaram no último dia 24 e gerou uma chuva de críticas das pessoas e entidades LGBTQIAPN+ , como entidades que defendem a causa das pessoas com autismo.
No vídeo, o investigado diz que “chegou em Palmas… Isso é o PT… Agora pode ser gay, lésbica, sapatão, a desgraça que for aqui em Palmas”.
O que são pessoas neurodiversas/neurodivergentes
Segundo o Instituto Brasileiro de Neurodesenvolvimento (IBND), pessoas “autodenominadas “neurodiversos” consideram-se “neurologicamente diferentes”, ou “neuroatípicos”. Pessoas diagnosticadas com autismo, e mais especificamente portadores de formas mais brandas do transtorno, os chamados autistas de “alto funcionamento” frequentemente diagnosticados com a síndrome de Asperger, são a força motriz por trás do movimento. Para eles, o autismo não é uma doença, mas uma parte constitutiva do que eles são. Procurar uma cura implica assumir que o autismo é uma doença, não uma “nova categoria de diferença humana”.
Além de pessoas autistas, se enquadram também na definição de neurodivergentes pessoas com dislexia, ou transtorno de déficit de atenção e até mesmo transtornos psicológicos, como o transtorno dissociativo de identidade, por exemplo.