Foto – TV Anhanguera

Lucas  Eurilio

O caso de violência, agressão e espancamento da Guarda Metropolitana de Palmas ao jovem negro Vinícius Lucas, de 26 anos, tem gerado uma repercussão negativa em todo o Tocantins.

O vídeo das agressões viralizou nas redes sociais esta semana e mostra o completo despreparo dos agentes de segurança pública durante uma abordagem.

Vítima, o jovem que também é vendedor publicou um vídeo onde desabafa sobre as agressões. Após ter sido espancado, o rapaz ainda teve uma foto divulgada no Instagram como se fosse criminoso e que foi apagada posteriormente (Assista no final da reportagem).

“Passando aqui pra esclarecer sobre uma foto minha nas redes sociais em que os agentes da Guarda Metropolitana tirou minha e postaram com meu endereço, com meu nome, colocaram lá ‘vulgo neguinho’, não sei porque colocaram ‘vulgo neguinho’ como se eu fosse um ladrão. Gente, eu não sou ladrão, não sou bandido, não sou vagabundo”, disse.

Em outro momento, Vinícius Lucas relata como toda a situação aconteceu. A vítima foi jogada no chão, levou chutes no rosto, na cabeça, teve o pescoço pisado, dentes quebrados pelos agentes.

No vídeo, mesmo sem reação, as agressões continuam sem que o rapaz oferaça qualquer resistência. Vinícius Lucas contou ainda que todos os procedimentos judiciais estão sendo tomados.

O caso foi registrado no último domingo, 20, num posto de combustível em Taquaralto. A Prefeitura de Palmas disse em nota na época que a Guarda havia sido acionada para uma ocorrência de perturbação do sossêgo e ao agiu com “uso proporcional da força’ porque os agentes foram recebidos com hostilidade.

Nesta terça-feira, 22, cinco guardas envolvidos no espancamento foram afastados das ruas.

Representação do MPTO

Foto – Divulgação

Os advogados Cristian Ribas e Luz Arinda, do Movimento Estadual de Direitos Humanos (MEDH), ficarão responsáveis por acompanhar o caso e entraram com uma representação contra todos oa agentes da Guarda Metropoltana de Palmas, nesta quarta-feira, 23.

O promotor de Justiça Felício de Lima Soares, titular da 29ª Promotoria de Justiça da Capital, ouviu nesta tarde, o depoimento de Vinícius no Ministério Público do Tocantins (MPTO).

Cristian Ribas que é advogado popular, alertou que uso da força não pode ser confundido com agressões e abuso de opoder

“O uso progressivo da força, não pode ser confundido com agressões e abuso de poder, como as que foram registradas na referida ação aonde um jovem negro foi pisoteado e agredido com chutes no rosto”.

O adovogado afirmou ainda que a Prefeitura precisa assumir a responsabilidade e tomar medidas para que casos como o de Vinícius não voltem a acontecer

“Os envolvidos nessas agressões precisam efetivamente responsabilizados e Prefeitura de Palmas precisa assumir a responsabilidade de implantar medidas para que situações como essas não se repitam. A adoção de câmeras nos uniformes de agentes de segurança, é uma medida já adotada em três Estados, e que tem se mostrado extremamente eficiente no enfrentamento do uso abusivo da violência polícial”, disse ao Gazeta.

Por fim, Cristian explicou que o racismo pode sim ter sido um elemento que gerou muita violência da Guarda.

“O fato do Vinícius ser um jovem negro, é um elemento que não pode ser desconsiderado, na perspectiva de entender que podem sim, existir elementos de discriminação racial e que levaram a esta ação cheia de violência”, concluiu

Veja o vídeo

 

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