Em Araguaína, o juiz Carlos Roberto de Souza proferiu decisão na qual determina que o governo convoque todos os profissionais necessários, inclusive os de sobreaviso, para atuarem nas UTIs do hospital regional de Araguaína.
A cidade tem 7.165 casos confirmados.
Na decisão, publicada na madrugada, o magistrado pede ainda que sejam incluídos os médicos em regime virtual.
O prazo é de 24 horas para a direção do hospital fazer a convocação de médicos de outras áreas para que os 17 leitos funcionem no hospital. Sete UTIs estariam sem funcionamento por falta de profissionais.
No portal do governo consta que 10 UTIs estão ocupadas no hospital.
Os médicos que não atuam exclusivamente na UTI não recebem a indenização estipulada pelo governo.
O pedido da decisão foi do ministério Público Estadual. Os médicos do grupo de risco estão poupados. Dentre os 200 profissionais do hospital, os que não forem convocados a direção do hospital deverá apontar os motivos.
O coordenador da Ala COVID do hospital , Rodrigo Lins, considerou que o juiz cometeu um equivoco.
Veja a fala do diretor: “Mais uma vez a irresponsabilidade do gestor confunde as autoridades. No pedido de remanejamento de profissionais subespecializados sem a mínima experiênciacom doentes graves, o judiciário comete um equívoco. Pacientes de Covid são muito graves, necessitando experiência e manejo ultra intensivo. Os próprios intensivistas estão se reinventando. Não há como colocar otorrinos, oftalmos, ortopedistas como intensivistas. O caos se multiplicará. As UTIs covids terão mortalidade aumentada. É como colocar um mecânico de trator pra consertar um avião. Ele poderia até conseguir mas demandaria tempo em entender como fazê-lo. Medidas que atropelam a ordem natural são prenúncio de tragédias tal qual a lei que regulamentou a indenização. Avisamos com mais de 30 dias o que iria acontecer pois vivemos os fatos ao vivo e em cores. Infelizmente houve negligência na condução de um pré acordo que colocaria paz nestes problemas. Agora mais uma vez sem ouvir os que realmente estão engajados e na linha de frente, tentam resolver um problema da pior forma e da mais difícil possível. Ao invés de isolarmos os problemas e resolvê-los criaremos outros piores pois os colegas irá se desligar das especialidades e assim não faltará médicos na UTI covid e sim em todas as outras áreas. Peço que escutem quem está no meio do furacão”, disse.
A Gazeta entrou em contato com ele que autorizou a publicacao de sua fala divilgafa em grupo fechado do hospital.