O juiz Marcelo Eliseu Rostirolla, da 2ª Escrivania Cível de Colméia, proibiu a realização de dois shows de fim de ano programados pela Prefeitura de Goianorte para esta sexta-feira (11) e o sábado (12). As apresentações seriam da dupla Di Paullo e Paullino, no Parque de Vaquejadas da cidade. O anúncio do evento previa que as apresentações seriam no formato drive thru.
A decisão de Rostirolla foi tomada após o Ministério Público do Tocantins entrar com uma ação. O promotor Rogério Rodrigo Ferreira Mota alertou que houve outras aglomerações em eventos anunciados como ‘drive thru’. “O que se tem verificado na prática é o descumprimento às regras de prevenção do contágio do Coronavírus e a responsabilidade de fiscalização recair sobre as forças de segurança do Estado”.
O juiz deu razão a promotoria, dizendo que a realização dos shows obrigaria a Polícia Militar a realizar deslocamentos de efetivos de outras cidades. Ele também criticou a realização de uma festa diante do contexto da pandemia em todo o país.
“Os números de óbitos e de novos casos de covid-19 estão em alta e hospitais lotados, conforme informado pelo boletim diário fornecido pelo Governo Federal e pela imprensa brasileira. Assim, não há motivos para festejar em razão do triste período que estamos vivendo, tampouco afrouxar o distanciamento social e as políticas de prevenção”. A decisão de proibir o evento prevê multa de R$ 100 mil ao prefeito de Goianorte, Luciano Pereira de Oliveira, em caso de descumprimento. Ele também pode responder criminalmente se o evento for realizado. A decisão foi publicada no fim da tarde desta sexta-feira (11). O gestor está terminando o segundo mandato como prefeito da cidade.
Os shows foram anunciados pela prefeitura como “Evento Cultural de Natal” e tinham expectativa de público de até três mil pessoas, segundo a ação do MPTO. Segundo a estimativa mais recente do IBGE, Goianorte tem cerca de cinco mil habitantes.
O boletim epidemiológico mais atualizado da Secretaria de Saúde do Tocantins indica que a cidade tem 123 casos confirmados e duas mortes pelo novo coronavírus. A cidade não conta com hospitais de referência.
Fonte: G1 TO